Grande parte dos animais que vivem no zoológico vem de resgates, tráfico de fauna ou situações extremas de maus-tratos, chegando ao recinto com histórico de sofrimento físico e emocional. Essa condição prévia, segundo a administração, compromete a resposta a tratamentos, especialmente em casos de aves, que representam o maior número de mortes por serem naturalmente mais frágeis e possuírem menor longevidade.
Ainda assim, a elevada mortalidade reforça a necessidade de questionar se as estruturas disponíveis realmente atendem às demandas complexas desses indivíduos, já tão debilitados.
Tanto Pretória quanto Kelly perderam a vida durante procedimentos que exigiam anestesia, um risco notoriamente elevado para animais de grande porte. A comoção levou a Prefeitura a determinar uma investigação imediata para apurar as circunstâncias das mortes e revisar protocolos internos, com foco especial na anestesia.
Essas mortes são a consequência previsível de um sistema que trata seres sencientes como propriedade, confinados para entretenimento e estudo. Os zoológicos são o ponto final de um ciclo de destruição, que vai do tráfico que retira animais da natureza, aos “resgates” que os condenam a uma vida aprisionados.