A caça comercial de baleias foi proibida em 1986, mas ainda há poucos lugares no mundo onde esses animais são visados, como na aldeia remota da Indonésia, Lamalera.
Com 2.000 habitantes, os lamaleranos usam métodos tradicionais, como arpões e cordas, para capturar baleias cachalotes.
Após uma baleia ser avistada, há uma corrida louca até ela. O primeiro barco a arpoá-la fica com a melhor porção do animal. Na frente de cada navio fica um “lama fa”, o principal arpoador.
Enquanto os métodos de caça são semelhantes à atividade baleeira ocidental no século 19, a relação dos lamaleranos com o mar é bastante diferente. Um barco a motor os leva até as baleias, mas, uma vez que elas são avistadas, a tradição exige que eles usem seus próprios meios – ou seja, remem – em direção a sua caça.
No momento certo, o lama fa pula na água, usando a força de seu próprio peso corporal e a ponta do ferro do arpão para perfurar a pele grossa da cachalote. Se for bem sucedido, o barco será conectado à baleia por uma corda ao final do arpão.
As baleias podem levar horas para se cansar, mesmo depois de ser atingidas com vários arpões. “É basicamente um jogo de espera, um muito perigoso”, conta Millard. “As pessoas são arrastadas no mar por noites inteiras. Houve exemplos de caras que quase chegaram em Timor [cerca de 120 km de distância] e comeram suas próprias roupas para sobreviver”. O animal também pode destruir totalmente o barco. Uma vez, uma equipe de lamaleranos precisou nadar 12 horas para voltar a segurança.
Quando a caça finalmente está cansada demais para continuar lutando, alguém pula na água e corta sua medula espinhal.
A baleia é levada de volta para a praia, e homens e mulheres tiram sua gordura e a dissecam.
Durante a temporada de caça, que dura vários meses, podem se passar semanas entre as capturas. Ou muitas podem ser mortas em uma única caça.
Lamaleranos são autorizados a caçar baleias porque são considerados aborígenes que caçam para subsistência pela Comissão Baleeira Internacional.
Fonte: Hypescience