Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Erikas Plucas chegou a sua casa um dia e se deparou com uma visão inesperada: um bebê alce deitado sozinho em frente ao seu portão. A fêmea não poderia ter sido mais de duas semanas de idade.
“A primeira visão dela foi dolorosa. Ela estava faminta, suja, triste, sua pele estava repleta de moscas e ela estava tão apavorada comigo quando me viu pela primeira vez, mas estava muito fraca para fugir, até mesmo se levantar”, disse Plucas, que vive na Lituânia.
Plucas imaginou que sua mãe provavelmente tinha sido baleada por caçadores e que ela fugiu em busca de alguém que pudesse ajudá-la. Ele levou rapidamente o alce magro e doente para dentro para descobrir o que podia fazer.
Depois de entrar em contato com os serviços de animais, Plucas chamou alguns de seus amigos para aconselhá-lo, mas todos disseram que ele deveria se afastar dessa situação.
“Fui recebido com hostilidade e desprezo. É ilegal, você não deve fazer isso, deixe a natureza cuidar disso’ foi tudo que eu ouvi”, contou.
Quando os agentes de serviços de animais chegaram no dia seguinte, infelizmente não havia muito o que pudessem fazer.
“Uma vez que aqui na Lituânia não temos uma instituição especial que cuide de animais órfãos selvagens, eles chamaram caçadores locais e perguntaram se eles podem levá-la. Eu sabia que isso significava uma morte certa para ela, então insisti que eu deveria manter o bebê e eles concordaram”, explicou Plucas, que nomeou o pequeno alce de Emma.
As primeiras semanas foram definitivamente um desafio. Emma tinha de ser alimentada a cada quatro horas e chorava toda vez que Plucas tentava entrar – muitas vezes ele dormia ao lado dela, às vezes fora e outras em seu celeiro para ela se sentir segura.
“Ela tinha medo de tudo menos de mim”, afirmou Plucas.
Quando Emma cresceu, Plucas começou a levá-la para passeios frequentes na floresta na esperança de reintroduzi-la na natureza. Ele tentou lhe ensinar o que era perigoso e o que era seguro e ajudou-a a encontrar alimento para que um dia pudesse fazer isso sozinha.
No início, Emma estava apavorada de ir para a floresta, mas amava Plucas e o seguia em todos os lugares.
Quanto mais velha ela ficava, mais confortável se sentia ao entrar na floresta e logo ela começou a ir sozinha. Pouco tempo depois, finalmente havia chegado o momento de ela viver no novo ambiente em tempo integral e ela estava pronta.
“Lembro-me das primeiras noites em que ela não voltou para casa. Eu mal dormi, mas ela cresceu, tive que superar isso, afinal, era meu objetivo desde o início”, explicou Plucas.
Mesmo que Emma tenha crescido e viva na floresta agora, ela ainda volta para visitar seu salvador e passar algum tempo com ele todos os dias. Eles nadam juntos e ele lhe dá guloseimas e o alce mostra o quão grato é por ele ter salvado sua vida.
Emma nunca se aproximou realmente de nenhuma outra pessoa exceto seu cuidador e é evidente o quanto ela o ama.
“Para mim ela é gentil e amorosa”, disse Plucas. “Ela é muito cuidadosa quando estamos brincando, então ela não iria me machucar.”
Plucas ainda se preocupa que Emma possa ser vítima de alguns caçadores na área, assim como sua mãe provavelmente foi. Por isso, ele implorou a todos os caçadores que conseguiu encontrar para não machucá-la.
“Encontrei alguns caçadores para que eles deixassem de enxergá-la não como um bife agradável com batatas e legumes na mesa, mas como um animal muito inteligente e amoroso. Alguns afirmaram que deixarão os rifles de caça e alguns prometeram nunca mais atirar em um alce”, contou.
Emma está prosperando em sua nova casa na natureza. Ela sempre visita Plucas e logo ela pode ter ainda mais uma razão para vê-lo, pois Plucas acha que ela pode estar grávida.
“Eu sou seu mundo agora e ela é o meu. Às vezes me pergunto se fui eu quem a salvou ou se foi o contrário?”, finalizou ele.