Misteriosas mortes em massa que começaram há dois anos continuam a confundir os cientistas em busca de uma resposta definitiva, deixando alguns preocupados que isso possa acontecer novamente.
O Delta do Okavango, em Botsuana, lar de 18 mil elefantes da savana, é considerado um dos últimos grandes redutos da espécie. Entre 2020 e 2021, pelo menos 450 elefantes na região morreram de causas desconhecidas. A incerteza sobre o motivo das mortes permanece.
O mundialmente famoso delta do Okavango, em Botsuana, estava exuberante e verde quando as chuvas de verão diminuíram e o ar começou a esfriar, mas algo não estava certo. Os elefantes da savana, pesando até sete toneladas cada, tropeçavam, cambaleavam e andavam em círculos. Suas pernas pesadas bambeavam enquanto lutavam para dar outro passo. Um por um, eles desmoronaram.
O primeiro grupo de 44 elefantes morreu em março de 2020. Em meados de junho, os conservacionistas contaram mais de 350 carcaças espalhadas pela remota região de aproximadamente 7,7 mil km². Em janeiro seguinte, o número total de mortes misteriosas ultrapassou 450.
“Havia um cheiro muito ruim”, lembra Davango Martin, ex-gerente do Kadizora, um alojamento turístico na área. Ele estava dirigindo pelos terrenos no início de maio quando notou o fedor pela primeira vez e se deparou com uma carcaça de elefante espalhada em um matagal. “Estava tudo podre e nenhum outro animal havia comido, apenas larvas.”
Qualquer perda de elefantes-africanos é alarmante. Seus números caíram de um milhão, estimado em 1979, para aproximadamente 415 mil, devido a décadas de caça de marfim, diminuição do habitat e confrontos com humanos. Botswana, com cerca de 130 mil elefantes, é considerado um dos seus últimos redutos, por isso a misteriosa morte de centenas de elefantes foi notícia internacional.
Em setembro de 2020, sob intensa pressão internacional de conservacionistas preocupados, as autoridades de Botsuana anunciaram que haviam identificado o culpado: neurotoxinas de cianobactérias. Venenos liberados por algas verde-azuladas que florescem em água estagnada e rica em nutrientes, as neurotoxinas de cianobactérias atacam o sistema nervoso, se ingeridas.
No entanto, uma revisão de documentos que durou 14 meses e entrevistas com investigadores pela National Geographic descobriu que muitas das evidências que levaram a esse diagnóstico não eram confiáveis, e que o governo de Botsuana perdeu oportunidades cruciais de concluir uma investigação oportuna e completa.
Vários especialistas externos, bem como funcionários de laboratórios que realizaram análises para o governo, dizem que os testes para várias possíveis causas de morte – incluindo cianobactérias – foram inconclusivos, e as evidências foram degradadas e maltratadas, levantando preocupações de que o que matou os elefantes poderia surgir novamente como uma ameaça.
O mistério encobriu as mortes desde o início. Os animais estavam intactos, descartando a caça. Abutres e outros necrófagos que se alimentam de carcaças não pareciam ter morrido de doença. Nem o gado e a zebra, que bebiam dos mesmos poços de água, fazendo com que o envenenamento parecesse improvável. E o comportamento estranho dos elefantes não combinava claramente com nenhuma doença conhecida.
Os elefantes morreram em áreas remotas de difícil acesso, especialmente durante a pandemia de Covid-19, o que pode explicar em parte por que meses se passaram antes que o Departamento de Vida Selvagem e Parques Nacionais de Botsuana enviasse uma equipe completa para recuperar amostras de tecido das carcaças. Mas o departamento ignorou ou rejeitou várias ofertas de indivíduos e organizações para procurar carcaças frescas e coletar amostras rapidamente, de acordo com especialistas cujas ofertas de assistência foram recusadas.
“Tivemos a oportunidade de investigar minuciosamente a causa dessas mortalidades e gerenciar possíveis episódios futuros”, diz Erik Verreynne, veterinário e consultor de vida selvagem da capital de Botsuana, Gaborone, que não esteve envolvido na investigação do governo. “Mas infelizmente perdemos isso.”
Ele e muitos outros veterinários, cientistas e conservacionistas argumentaram que as neurotoxinas da proliferação de algas não são uma explicação lógica para a morte dos elefantes. Os muitos outros animais que bebem dos mesmos poços de água não morreram, com exceção de um único cavalo. Além disso, as primeiras mortes ocorreram durante a estação chuvosa, quando a água corrente geralmente lava as algas verde-azuladas. E por que os corpos de alguns elefantes foram encontrados em planícies de inundação, onde as cianobactérias normalmente não prosperam?
Mmadi Reuben, veterinário principal do departamento de vida selvagem, disse à National Geographic, em um e-mail, que os investigadores do governo se basearam apenas em amostras de tecido dos elefantes e amostras de água de poços; em vez disso, eles reuniram informações de resultados de laboratório, sintomas, análise genética, fatores ambientais, distribuição de várias doenças e muito mais. O governo também diz que foi capaz de reverter os sintomas neurológicos de um elefante doente usando uma droga que atua no sistema nervoso e é comumente usada para imobilizar animais, sugerindo que a neurotoxicidade estava envolvida.
“O diagnóstico de um cenário tão complexo nunca deve ser pensado como algo que é sempre determinado por um cientista de laboratório usando um conjunto de descobertas”, destaca Reuben. Requer “investigação onde diferentes partes do quebra-cabeça são montadas, até que uma imagem mais clara surja”.
Embora as neurotoxinas de cianobactérias possam ter sido a causa da morte, a maioria dos especialistas externos entrevistados diz que as evidências estão longe de ser conclusivas. “Eu consideraria possivelmente consistente com um diagnóstico clínico, mas não confirmado”, diz Val Beasley, professor emérito de toxicologia veterinária, vida selvagem e ecológica da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, nos EUA, que não esteve envolvido na investigação.
E se a causa fosse uma nova toxina de cianobactéria que os cientistas ainda não identificaram? Ou múltiplas toxinas agindo em conjunto de uma forma inesperada? E se o assassino fosse uma doença contagiosa desconhecida?
Na ausência de provas definitivas, cientistas céticos dizem que é essencial continuar procurando respostas. Não fazer isso pode ter repercussões fatais – não apenas para os elefantes, mas para todos os animais selvagens na região e ao redor.
“Se eles tivessem mais conhecimento e mais consciência, poderiam preservar não apenas em elefantes, mas outros animais selvagens valiosos, animais domésticos e também evitar exposições humanas”, destaca Beasley.
Coletando e analisando evidências
Determinar a causa da morte em massa de animais é notoriamente difícil, diz Christine Gosden, médica geneticista da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, que não esteve envolvida na investigação em Botsuana. Ela observou que os Estados Unidos gastaram, em mais de 25 anos, enormes somas de dinheiro e colaborações com especialistas internacionais para que os cientistas concluíssem que as águias americanas estavam morrendo devido a uma cepa de neurotoxinas de cianobactérias não identificada anteriormente.
Para estabelecer a causa da morte dos elefantes, os investigadores coletaram e analisaram evidências, incluindo tecidos de órgãos de animais feridos, água de fontes próximas e solo no fundo de poços de água, onde às vezes podem ser encontradas cianobactérias.
Os investigadores em Botsuana – com poucos recursos financeiros, condições de viagem desafiadoras e conhecimento limitado no país – estavam em desvantagem desde o início. Em maio de 2020, a equipe regional do Departamento de Vida Selvagem havia pesquisado carcaças e coletado amostras, mas o departamento não enviou sua equipe principal, baseada em Gaborone, liderada por Reuben, até cerca de seis semanas depois.
A essa altura, muitos dos corpos estavam em decomposição, e era difícil identificar as carcaças mais frescas vistas de uma aeronave. “A maioria das amostras coletadas em campo não era de qualidade ideal, eram antigas”, reconhece Reuben, mas era de “qualidade suficiente” para realizar testes específicos.
Kabelo Senyatso, atual diretor do departamento, que não estava no comando quando ocorreram as mortes, diz que os veterinários do governo na região estavam monitorando a situação e só chamaram a equipe da capital quando sentiram que precisavam de assistência.
Mas Joseph Okori, que atuou como veterinário-chefe do Departamento de Vida Selvagem, entre 2005 e 2009, é um dos vários especialistas que suspeita que altos funcionários só começaram a levar a situação a sério depois que a atenção do mundo se concentrou nas centenas de mortes em Botsuana.
Ofertas de ajuda ignoradas ou recusadas
O Elefantes Sem Fronteiras, um grupo de conservação sediado em Botsuana, enviou relatórios iniciais sobre as mortes ao Departamento de Vida Selvagem, incluindo coordenadas de GPS e fotografias de carcaças de elefantes. Os relatórios mostram que a organização se ofereceu para levar funcionários do departamento até os locais, financiar e realizar um levantamento aéreo da área e ajudar a remover as presas dos corpos para que não caíssem nas mãos dos traficantes de marfim. Mas o departamento não respondeu, diz Keith Lindsay, pesquisador do Fundo Amboseli para Elefantes, uma organização de pesquisa sem fins lucrativos com sede no Quênia, que colabora com o Elefantes Sem Fronteiras.
O governo de Botsuana tem uma relação tensa com a organização Elefantes Sem Fronteiras, que os críticos acusam de divulgar dados exagerados sobre mortes de elefantes para fins políticos. Niall McCann, diretor de conservação do National Park Rescue, um grupo que trabalha para proteger a vida selvagem nos parques nacionais da África, diz que o sigilo e a relutância em aceitar assistência externa são marcas registradas do governo há muito tempo. Vários especialistas se recusaram a comentar sobre o assunto por temer que criticar a forma como o governo lidou com a investigação poderia resultar na rescisão de suas licenças de pesquisa.
Outra oferta de ajuda veio da Associação de Produtores de Vida Selvagem de Botsuana, um grupo que representa criadores de animais e caçadores profissionais. A associação propôs enviar uma equipe de veterinários e ecologistas locais para auxiliar na coleta de amostras e prepará-las para testes. O Departamento de Vida Selvagem recusou, dizendo que as coisas estavam sob controle, de acordo com Verreynne, que é membro da associação.
Okori, ex-veterinário-chefe do departamento, diz que também ofereceu ajuda. Ele entrou em contato com Cyril Taolo, então diretor interino do Departamento de Vida Selvagem, e disse que foi recusado. Taolo, que não está mais no departamento, não quis comentar.
“Essa é uma coisa triste. Nunca fomos capazes de investigar isso adequadamente”, lamenta Verreynne.
O atual diretor do Departamento de Vida Selvagem, Senyatso, se recusou a comentar por que o departamento recusou essas ofertas, mas disse que aceitou outras. Uma veio do Ecoexist, um grupo de conservação de elefantes com sede em Botsuana, que pesquisou a região por via aérea em julho de 2020 em busca de carcaças frescas.
O Ministério do Meio Ambiente de Botsuana anunciou, no final de julho, que a pesquisa não revelou novas mortes de elefantes, embora o relatório completo nunca tenha sido divulgado. Ecoexist enviou perguntas ao Departamento de Vida Selvagem. Senyatso se recusou a compartilhar o relatório ou detalhar suas descobertas, dizendo que era confidencial.
Acidentes e falhas de comunicação
Os primeiros testes descartaram o antraz, uma doença potencialmente mortal causada por uma bactéria que ocorre naturalmente no solo. Para testar outras teorias – incluindo doenças virais, infecções bacterianas e vários tipos de toxinas – o governo recorreu a especialistas internacionais com equipamentos especializados.
Para coordenar a distribuição e o teste de amostras, o Departamento de Vida Selvagem entrou em contato com Kathleen Alexander, professora de conservação da vida selvagem da Virginia Tech, nos EUA. Alexander cofundou o Caracal, um instituto de pesquisa em Botsuana que colaborou com o governo no passado. Ela consultou especialistas no exterior e, por meio do Caracal, organizou como as amostras seriam enviadas, testadas e analisadas.
Alexander apoia a investigação e a conclusão do governo, dizendo que não viu “nenhum outro governo investir tanto em recursos humanos e dinheiro, garantindo que um evento de mortalidade em massa na vida selvagem seja tão completamente investigado”. Os laboratórios envolvidos na investigação, no entanto, reconhecem que a qualidade e quantidade das amostras que receberam foi baixa.
Chris Foggin, veterinário do Fundo para Vida Selvagem Victoria Falls, um grupo de conservação com sede no Zimbábue, recebeu tecido para análise e disse que algumas amostras eram de tão baixa qualidade que eram “inúteis”. Outras, de um elefante sintomático que foi sacrificado, foram melhores, mas ele não tem certeza de quão representativas as amostras foram para diagnosticar as mortes. Foggin continua cético em relação à versão oficial do governo.
Johan Steyl, patologista veterinário da Universidade de Pretória, na África do Sul, também recebeu amostras de tecido. Embora ele tenha se recusado a discutir detalhes, citando a confidencialidade do cliente, os testes descartaram toxinas de cianobactérias que afetam o fígado, de acordo com um cientista que preferiu permanecer anônimo porque não estava envolvido na investigação. Esses testes também descartaram encefalomiocardite, uma infecção viral que se acredita ter sido transmitida por roedores que mataram 64 elefantes no Parque Nacional Kruger, na África do Sul, no início dos anos 1990, de acordo com Roy Bengis, ex-veterinário-chefe do estado do parque.
Nenhum dos laboratórios encontrou evidências diretas de que as neurotoxinas de cianobactérias afetaram os elefantes. Isso exigiria a análise do tecido cerebral dos elefantes mortos em busca de danos neurológicos, diz Gosden, da Universidade de Liverpool, Reino Unido, mas “o cérebro se transforma em líquido muito rapidamente nas temperaturas de Botsuana”.
Sem tecido cerebral para analisar, testar a água e o solo em busca de cianobactérias e as toxinas que elas produzem é o próximo passo.
Alexander e o instituto Caracal enviaram cerca de 40 dessas amostras para o FDA, um laboratório privado de análise molecular também em Pretória. Mas uma série de contratempos se seguiu: alguns dos recipientes de vidro que continham as amostras quebraram durante o trânsito e outros não foram devidamente rotulados com a fonte de cada amostra, de acordo com Azel Swemmer, diretora técnica do laboratório. Além disso, havia apenas financiamento suficiente para testar cerca de um quarto das amostras, conta Swemmer.
O esforço acabou sendo em grande parte fútil. A principal teoria de Alexander era que a anatoxina-a, uma neurotoxina potente e de ação rápida produzida por cianobactérias, era responsável pelas mortes, diz Swemmer. Mas o FDA não tem a capacidade de testar esse tipo de neurotoxina de cianobactéria, um ponto que parece ter sido perdido em meio a falhas de comunicação, de acordo com e-mails entre o Caracal e a instalação analisada pela National Geographic.
Ainda assim, algumas amostras indicaram a presença de outras toxinas de cianobactérias. Swemmer não deu detalhes sobre resultados específicos, citando a confidencialidade do cliente. Ela alertou, no entanto, que seria difícil tirar conclusões firmes, considerando o pequeno número de amostras e a falta de rigor com que foram tratadas.
Alexander discorda da avaliação de Swemmer. “As amostras foram transportadas corretamente e enviadas o mais rápido possível, atividades que são particularmente difíceis em locais remotos durante uma pandemia.”
Incerteza permanece
Mesmo sem evidências de tecido cerebral e amostras de água com a presença de neurotoxinas de cianobactérias, Reuben diz que as autoridades eliminaram outras possibilidades. Ele disse que a tontura, a fadiga e a dificuldade de andar dos elefantes são fortes indicadores de que as neurotoxinas foram a causa da morte.
Ainda assim, Reuben reconhece que há perguntas sem resposta. O governo está analisando mais de perto “muitas das perguntas que foram geradas durante a investigação”, incluindo por que apenas elefantes morreram, explica.
Na Universidade da Rainha em Belvest, na Irlanda do Norte, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores recebeu uma bolsa em outubro de 2020 para trabalhar com o Departamento de Vida Selvagem e pesquisadores locais para tentar determinar a causa. O projeto terminou em dezembro passado, e Eric Morgan, epidemiologista veterinário e líder da iniciativa, diz que os resultados foram inconclusivos.
O fato de os elefantes terem parado de morrer quando os poços de água secaram sugere um patógeno transmitido pela água. Mais apoio vem de uma análise baseada em satélite, publicada em novembro de 2021, mostrando um aumento sem precedentes nas florações de cianobactérias na região do Okavango durante os meses em que os elefantes estavam morrendo.
Mas a análise de satélite não mostra a cepa de cianobactérias presentes, quais toxinas (se houver) elas liberaram ou quanto delas os elefantes podem ter sido expostos, diz Lindsay, pesquisadora de elefantes.
Ainda assim, é uma das evidências mais convincentes de que as cianobactérias provavelmente estiveram envolvidas nas mortes, diz Paul Oberholster, especialista em cianobactérias da Universidade do Estado Livre, em Bloemfontein, África do Sul, que não esteve envolvido na investigação.
Os elefantes morreram após um período de “revolução do lago” – a mistura sazonal de corpos d’água causada por mudanças no vento e na temperatura. Os ventos que sopram em Botswana por volta de outubro devem ter gerado poços de água carregados de dejetos animais, criando o ambiente perfeito para o crescimento de algas verde-azuladas, diz Oberholster. À medida que as temperaturas esfriavam em março, as cianobactérias começaram a se decompor, liberando toxinas e matando os elefantes que bebiam dessas fontes.
Os elefantes podem ter sido expostos de maneira única, explica o especialista, porque as algas podem ficar suspensas na água ou afundar onde os elefantes se hidratam. Isso se alinha com o que o Departamento de Vida Selvagem de Botsuana inicialmente teorizou – que os elefantes, ao contrário de outros animais, bebem abaixo da superfície, onde podem ingerir as neurotoxinas.
Os elefantes podem ocasionalmente sugar água de áreas mais profundas quando espirram e rolam, conta Lindsey, mas não quando bebem. Além disso, explica a especialista, os poços de água normalmente não experimentam o mesmo tipo de mistura sazonal que os lagos e outros corpos de água maiores.
Aviso prévio
Se as cianobactérias são a causa, identificar a toxina exata que elas liberaram não é fundamental para prevenir mortes futuras, diz Oberholster. Independentemente disso, as áreas infestadas de cianobactérias devem ser cercadas e monitoradas regularmente, principalmente durante os períodos de renovação do lago.
Mas o enorme tamanho do delta do Okavango torna o monitoramento de todas as fontes de água excepcionalmente difícil. Alexander aconselha um estudo mais aprofundado para prever possíveis locais de proliferação de algas e treinamento para especialistas locais que possam responder mais rapidamente.
Vários especialistas entrevistados continuam preocupados que outra morte possa acontecer novamente a qualquer momento, especialmente se as neurotoxinas de cianobactérias forem as culpadas. Temperaturas mais altas, secas severas e uso intensivo de fertilizantes tornaram a proliferação de algas mais provável de florescer em todo o mundo.
Beasley diz que o governo deve estar preparado, inclusive desenvolvendo relacionamentos ativos com vários laboratórios de toxicologia e investindo em tecnologias – incluindo drones, helicópteros e ferramentas especializadas, por exemplo, para estudar o crânio de um elefante.
Okori e outros dizem que construir uma equipe multidisciplinar de especialistas que possam se reunir rapidamente durante emergências também é crucial.
“Especialmente quando você tem uma ou duas mortes, elas precisam ser monitoradas, porque são indicadores de sinais de mudança no ambiente”, explica o especialista. Agir apenas quando a escala das mortalidades é enorme, como ele suspeita que aconteceu nessa situação, é uma estratégia perigosa.
É “uma mensagem não apenas para Botswana, mas para todos nós”, complementa.
A National Geographic Society apoia o Wildlife Watch, projeto de reportagens investigativas focado no crime e na exploração da vida selvagem. Leia mais histórias do Wildlife Watch aqui e envie dicas, comentários e ideias de reportagens para [email protected]. Saiba mais sobre a missão sem fins lucrativos da National Geographic Society em natgeo.com/impact.
Fonte: National Geographic