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Ainda é possível salvar o tigre da extinção com criação de corredores ecológicos

26 de janeiro de 2011
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Depois do compromisso político, a confirmação científica. Um estudo diz ser possível cumprir a meta, acordada por 13 países em novembro passado, de salvar o tigre asiático de uma extinção iminente, se forem criados corredores entre as várias reservas naturais. Hoje existem apenas 3600 animais em estado selvagem.

Reservas naturais isoladas não resolverão o problema do tigre (Panthera tigris) na Ásia, que passou de uma população de cem mil indivíduos, em 1900, para uma de 3600. Um estudo publicado ontem na revista PNAS (“Proceedings of National Academy of Sciences”) defende um trabalho ao nível da paisagem, que ultrapasse as fronteiras das reservas naturais.

A criação de corredores ecológicos entre aquelas áreas protegidas permitirá aumentar a população de tigres para mais de dez mil animais, um número três vezes maior do que o actual, dizem os investigadores que fizeram a primeira avaliação à viabilidade do acordo político. A Declaração de São Petersburgo, assinada a 24 de novembro, comprometeu 13 países a duplicar o número de tigres na Ásia até 2022.

As reservas identificadas “representam habitat suficiente para suportar uma duplicação – ou mesmo uma triplicação – da população de tigres”, dizem os autores da investigação.

De acordo com o estudo – que inclui peritos dos Estados Unidos, Nepal, Índia, Rússia, China, Butão, Malásia, Tailândia, Bangladesh e Camboja -, existem 324 reservas dentro das grandes Paisagens de Conservação do Tigre – que incluem savanas, florestas e estepes – e abrangem 380 mil quilómetros quadrados. Baseados nas densidades potenciais destas reservas, os investigadores concluíram que estas áreas poderão suportar mais de 15 mil tigres, incluindo cinco mil fêmeas reprodutoras. Deste total, 169 reservas são consideradas prioritárias. Estas cobrem 69 por cento do território do tigre e podem suportar 10.500 animais, incluindo 3400 fêmeas reprodutoras.

Apesar de ser importante proteger os habitats cruciais, um programa de recuperação do tigre com sucesso precisa de ser mais ambicioso”, dizem especialistas. Além disso, a ligação de reservas diminui o problema da consanguinidade e aumenta a variabilidade genética entre sub-populações, porque possibilita a dispersão de animais.

No Nepal, o número de tigres diminuiu drasticamente por causa dos conflitos civis entre 2002 e 2006. “Contudo, os tigres não desapareceram porque as reservas naturais no Nepal e Índia estão ligadas por corredores florestais”, lembrou a organização em comunicado.

Além da caça e da perda de habitat, a construção de estradas, barragens e exploração de minas um pouco por toda a Ásia têm ameaçado o habitat dos tigres.

Fonte: Ecosfera

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