Uma gigantesca água-viva venenosa e com tentáculos que podem alcançar o mesmo comprimento de uma baleia azul (30 m) pode ter se tornado em um inesperado defensor do oceano. Um recente estudo indica que a água-viva juba de leão (Cyanea capillata) se tornou uma boa predadora do ctenóforo Mnemiopsis leidyi, um animal transparente e voraz invasor de diversos mares. As informações são do site da revista New Scientist.
A água-viva juba de leão pode chegar a 2,5 m de largura, mas é um dos animais mais compridos de todos os tempos. O estudo do Instituto de Pesquisa Marinha, em Bergen, na Noruega, e da Universidade de Gothenburg, na Suécia, indica que o ctenóforo – que é nativo do oeste do Atlântico – já pode ser encontrado no Mar do Norte e no Báltico.
Esse animal se alimenta de plâncton e devasta suas populações nas regiões invadidas, o que diminui drasticamente a quantidade de peixes que comem o plâncton. Como qualquer espécie invasora, o Mnemiopsis leidyi parecia não ter predadores, até agora.
Os tentáculos da água-viva são cobertos com pequenas células com perigosas toxinas que podem paralisar a vítima e que ainda causaram paradas cardíacas em testes em ratos de laboratório. Humanos geralmente têm reações menos intensas, a não ser que sejam alérgicos ou recebam muita toxina. Teoricamente, uma grande quantidade de protetor solar já ajuda a evitar maiores danos.
Mas a grande vantagem está no tamanho dos tentáculos, que conseguem pegar pequenos peixes e até outras águas-vivas de grande porte. Com essa capacidade, o “monstro” acabou se tornando um protetor dos mares ao caçar o ctenóforo invasor. Contudo, o estudo indica que esses animais conseguem escapar 90% das vezes do predador, mas sofrem danos no processo e sucumbem a repetidos ataques.
Fonte: Terra