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AQUECIMENTO GLOBAL

Água salgada vai contaminar 3 em cada 4 reservas subterrâneas até 2100

Estudo da Nasa revela que mudanças climáticas devem intensificar a intrusão de água salgada em aquíferos costeiros, ameaçando recursos hídricos e ecossistemas em escala global

15 de dezembro de 2024
Redação Galileu
2 min. de leitura
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Costa leste dos EUA estará entre as mais afetadas por intrusão subterrânea de água salgada até 2100 — Foto: Nasa

A intrusão de água salgada em reservas subterrâneas costeiras ameaça deixar a água imprópria para consumo e irrigação, além de prejudicar ecossistemas e corroer infraestruturas. Um estudo do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL) revelou que, até 2100, esse fenômeno poderá ocorrer em 77% das áreas costeiras do mundo.

A pesquisa, publicada na revista Geophysical Research Letters, avaliou mais de 60 mil bacias hidrográficas costeiras e analisou o impacto combinado da elevação do nível do mar e da redução na recarga de águas subterrâneas — dois efeitos do aquecimento global.

Fatores críticos

A intrusão de água salgada ocorre naturalmente nas zonas de transição entre águas doces subterrâneas e o oceano, mas o aumento do nível do mar e a menor recarga de águas subterrâneas estão desequilibrando essa interação. “Dependendo de onde você está e de qual fator domina, as implicações para o manejo podem mudar”, explicou Kyra Adams, cientista do JPL, da Nasa, e autora do estudo, em comunicado.

Em áreas onde a menor recarga predomina, como na Península Arábica e na Baixa Califórnia, a intrusão pode avançar até 1,2 km terra adentro. Já regiões de baixa altitude, como o sudeste asiático e a costa do Golfo do México, são mais vulneráveis ao avanço da água salgada devido à elevação do mar.

Por isso, o estudo ressalta a importância de estratégias de manejo específicas. Em locais onde a recarga reduzida é a principal causa, proteger as reservas subterrâneas pode ser crucial. Já em áreas onde o aumento do nível do mar é a maior ameaça, desviar as águas subterrâneas se mostra uma solução viável.

“Os países com menos recursos são os mais afetados pelas mudanças climáticas. Essa estrutura global pode fazer a diferença”, afirmou Ben Hamlington, coautor do estudo e membro da equipe de Mudança do Nível do Mar da Nasa.

Fonte: Um Só Planeta

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