EnglishEspañolPortuguês

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Água e rocha onde antes só se via gelo: geleiras suíças perderam 10% de volume nos últimos 2 anos

Combinação de inverno com pouca neve e verão extremamente quente no país trouxeram perdas “catastróficas” para os glaciares dos alpes, segundo órgão de monitoramento

3 de outubro de 2023
Redação Um só planeta
3 min. de leitura
A-
A+
Foto: Ilustração | Freepik

Os glaciares dos alpes da Suíça sofreram a segunda pior taxa histórica de derretimento este ano, segundo o órgão de monitoramento Glamos (sigla em inglês para “Monitoramento de Glaciares na Suíça”). Somados os últimos 2 anos, as estruturas de gelo e neve no país perderam 10% em volume total.

Segundo o Glamos, isso significa que, também nos últimos 2 anos, as geleiras suíças perderam tanto gelo quanto nas três décadas anteriores a 1990. As perdas foram classificadas como “catastróficas” pelo órgão.

“Este ano foi muito problemático para os glaciares porque houve realmente pouca neve no inverno e o verão foi muito quente. A combinação destes dois fatores é o pior que pode acontecer a eles”, disse Matthias Huss, que lidera o Glamos, à Reuters.

Mais de metade dos glaciares dos Alpes situam-se na Suíça, onde as temperaturas estão aumentando cerca do dobro da média global devido às alterações climáticas. Os registros suíços remontam pelo menos a 1960, e até a 1914 para algumas geleiras específicas.

Glaciares são grandes massas de gelo comprimido que se formam ao longo de grandes períodos de tempo com o acúmulo de neve em um só lugar – como os alpes suíços.

No mês de pico do derretimento, em agosto, o serviço meteorológico suíço disse que a altitude em que a precipitação congela atingiu um novo recorde durante a noite, medido em 5.289 metros. Isso superou o recorde do ano passado, de 5.184 metros. Ou seja, foi necessário subir mais alto para que a água virasse gelo, pois o clima abaixo era mais quente.

Com o aquecimento dos lugares outrora congelantes, estão sendo vistos lagos se formando próximos a geleiras, “rios” de água derretida correndo através de cavernas de gelo e rochas saindo do gelo cada vez mais fino. Em alguns lugares, corpos perdidos há muito tempo foram recuperados à medida que as camadas de gelo diminuíram.

“Estamos realmente perdendo as pequenas geleiras”, disse Huss. “O gelo remanescente está ficando coberto por rochas e detritos, e regiões que estiveram cobertas de neve e gelo nas últimas décadas e séculos estão se tornando apenas encostas negras, que são perigosas por causa da queda de rochas”.

Em alguns locais, o Glamos teve inclusive que interromper o monitoramento. “Encerramos a observação de um pequeno glaciar no centro da Suíça porque se tornou muito perigoso para medir”, disse Huss. “Tornou-se muito pequeno e, portanto, pouco representativo.”

Fonte: Um Só Planeta

    Você viu?

    Ir para o topo