Lis Aguiar
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Conheci o grupo G.A.R.R.A ( Grupo de Ação, resgate e Reabilitação Animal) a cerca de três meses pela internet (março de 2011).
Compadecida com as histórias narradas no site -www.garraanimal.com.br- e com o trabalho de resgate de animais das enchentes do mês de abril do corrente ano, que devastou um bairro inteiro na cidade de Teresópolis e principalmente compadecida com a história do cão Gerad, resolvi por livre e espontânea vontade depositar uma doação de R$ 200,00 mensais na conta bancária das donas da associação com a finalidade de custear o tratamento do cão que apresentava um grau sério de tumor nos testículos.
Infelizmente, o cão não sobreviveu ao tratamento, vindo a falecer.
Passei a trocar mensagens eletrônica com as criadoras do grupo vindo a compartilhar informações sobre o trabalho desenvolvido pelas mesmas.
O certo é que, após o apadrinhamento do cão Gerard, as donas da instituição ofereceram para a “adoção” ( lê-se juridicamente doação de bem somovente) o cão Açaí, carinhosamente apelidado de Sassá.
Sassá, ganhou moradia quentinha, alimentação especial batida no liquidificador, remédios, carinho 24 horas por dia, roupinhas, tratamento intensivo para remediar o câncer que possui afim de minimizar o seu sofrimento. Sassá é um vira lata e possui 15 anos de idade.
O termo de adoção traduz por escrito o compromisso do adotante em oferecer lar,comida e conceder todos os meios adequados a vida do animal. Esta tutela já é definida por lei na própria constituição revestindo-se em direito fundamental do animal, um contraponto da dignidade do homem (aqueles que não se incluem na categoria Homo Sapiens).
Cumpre mencionar que não possuo filhos humanos mas o filhos peludos. Além do “véio” Sassá, mais três caninos, Sofia (5 anos) que ganhou de presente é a filha brincalhona da casa, é levada, esperta.
Miucha (11 anos) que foi herança de minha falecida mãe e encontra-se com um tumor. Bethoven ( aproximadamente 5 anos) é mais “um filho”. Apelidado de Tove, foi resgatado da rua em abril de 2009 por mim que o observava da janela de meu apartamento, na Praça da Bandeira, por cerca de um mês. Tove, como é carinhosamente tratado, estava perambulando pela rua sujo, cheio de carrapatos e faminto. Todas as vezes que o meu marido saía para o trabalho, ficava observando o cão de janela, foi quando em abril de 2009 decidi levá-lo para casa. Tove, que pesava 10 kgs, possuía as orelhas tomadas por carrapato, hoje é um cão feliz, possui pêlo brilhoso, peso adequado e foi adestrado.
A caridade ofertada por minha pessoa está se tornando um grande aborrecimento (ONG pede ajuda para reaver cão idoso que foi adotado e sofre ameaça de sacrifício, no RJ) porém não desisto de lutar por Sassá, que conforme escrito no meu blog tornou-se um novo membro da família.
Sassá foi apelidado de Dinossauro por Sofia que “escreve” em seu blog[1]:
“Amiguinhos, nosso Sassá fez uma semana morando conosco. Papai continua achando que ele é um dinossauro. Eu continuo fingindo que ele não existe. Tove ainda acha que ele veio roubar a mamãe. E a Miucha pensa que ele vai roubar a comida dela. Essa casa virou um picadeiro! É pura diversão! Bom, acho melhor passar a palavra prá madre mamãe de calcutá! Meu amado Sassá está se adaptando melhor do que eu esperava. No início, ele não levantava da cama prá nada, nam prá fazer xixi. O que me deixou muito preocupada. Comprei tapetes higiênicos e me preparei para uma difícil batalha. Mas no segundo dia, tudo mudou. Ele levantou e andou a casa toda. Ele tem muita fome e come bastante. Meu lado maternal adora! Ele só tem os dentinhos da frente, por isso tenho que amolecer a ração. Descobri, também, que ele prefere a ração morninha. A falta dos dentes de trás, deixou um buraco aberto, o que faz com que o líquido passe para o nariz. Isso explica o ronco e a dificuldade de respirar. Quando Sassá foi resgatado pelo GARRA, ele tinha muitas bicheiras e uma cápsula de bala alojada no pescoço. Dá prá imaginar isso? Alguém (de uma sub-raça) deu um tiro nele! Um tempo depois, ele teve tumor no testículo e teve que ser operado às pressas. Sobreviveu a tudo isso só prá me conhecer! E hoje, sem medo de parecer demagoga, agradeço por ele estar comigo. Agradeço por poder dar a ele uma cama, comida e muito cafuné na cabecinha (que ele pede toda hora). Se eu tivesse que descrevê-lo em apenas uma palavra, seria: DOÇURA! Aprendi que ele gosta de limpar a boca depois de comer. Já tem sua própria toalha, que eu seguro e ele fica esfregando aquela boca enorme. Aprendi que ele prefere comer biscrock depois que eu dou uma lambida, vai entender! Aprendi que é muito bem acordar e ver aquele dinossauro deitado, roncando, de barriga cheia! Quem me acompanha, sabe das críticas que recebi quando cuidei do pequeno Pita, imaginem o que já ouvi quando adotei o Sassá! Mas, sinceramente? Fiquei intransigente com certas coisas e certas atitudes mesquinhas em relação aos animais. Acho engraçada a reação das pessoas quando conto que adotei o Sassá. “Nossa, Lis, você é maluca!” Prá mim, maluca, são as pessoas que abandonam seus animais quando ficam velhos. Maluco é o infeliz que deu um tiro no Sassá. Maluco é o Raul Seixas! Grande maluco beleza!”[2]
Estou custeando o tratamento do animal. Ninguém está proibido de vê-lo. Irei postar um vídeo do mesmo no You Tube e o meu e-mail ficará a disposição de todos para conseguirem mais informações, fotos são enviadas diariamente.
Ontem Sassá fez outra ultrasonografia, não apresenta quadro de dores, dorme e evacua normalmente dentro de seus 15 anos de idade.
Venho sofrendo demasiadamente com esta situação. Sassá é meu filho amado, adoro quando ele reconhece a minha voz, anda a procura de meu carinho, deita e pede cafuné, lambe a tigela toda de comida e balança a cabeça me agradecendo. Agradeço a ele o carinho que possui por minha família.