Cerca de 80 animais foram apreendidos pelo Centro de Controle de Zoonoses este ano em Niterói (RJ). Os animais que vivem nas ruas sobrevivem sob condições precárias, sem alimentação adequada, prevenções e tratamento de doenças. De acordo com a veterinária Ana Carolina Cassano, da Clínica Veterinária Patas e Pêlos, em Santa Rosa, as campanhas de adoção de animais são importantes para estimular as pessoas a darem um lar aos animais abandonados ou nascidos nas ruas. Mas para que o animal não volte às ruas, é necessário ter muita atenção e cuidado.
“Quando a pessoa adota animais que estavam nas ruas, é necessário que esteja ciente das dificuldades e disposto a assumir esta responsabilidade. Os animais podem ser pegos na rua ou em algum abrigo ou ONGs. O importante é que se evite comprar” afirma.
A especialista explica o processo de proliferação desses animais nas ruas e ainda ressalta que este fenômeno é uma cadeia. “No caso dos cães e gatos, que cruzam com outros da mesma espécie, geram vários filhotes que consequentemente se proliferam pelas ruas. Se considerarmos que uma cadela pode ter em média duas crias a cada 12 meses, teríamos centenas de filhotes ao ano e milhares de cães nas ruas gerados direta e indiretamente”, afirma.
O Centro de Controle de Zoonoses possui convênio com um curral em Itaboraí, para onde os animais recolhidos são levados. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, os animais de grande porte são recolhidos por profissionais deste curral e ressalta ainda que este convênio prevê a guarda dos animais e a oferta de cuidados veterinários, medicamentos e vacinas, sempre que necessário. A prefeitura informa ainda que aceita denúncias e as pessoas que quiserem ligar para resgate de algum animal, só ligar para (21) 2625-8441.
Conforme a prefeitura, no caso de cães e gatos, o Centro de Castração Municipal foi reativado este ano, o que é fundamental para o controle da população de animais na cidade. Só no primeiro mês, os médicos veterinários fizeram mais cirurgias do que nos últimos quatro anos. Está sendo elaborada a ampliação do projeto Guarda Responsável, para combater os maus-tratos e abandono de animais, em parceria com outras secretarias da prefeitura, entidades de proteção animal e universidades.
Problema
Em São Gonçalo, a situação é bem mais delicada, pois na cidade não existe um Centro de Controle de Zoonozes. Estima-se que em 10 anos, o município poderá ter cerca de 80 mil animais nas ruas. Esta é a estimativa do Grupo de Proteção Animal Bem-Me-Quer, pois cada casal de cães, por exemplo, gera duas ninhadas por ano e cinco filhotes em cada uma, em média.
Segundo o diretor de Fiscalização Sanitária, Walfredo Dias, o Centro de Zoonoses é uma questão de saúde. “A implantação do Centro de Controle de Zoonoses é de muita importância para a saúde, tanto animal como humana. Precisamos atuar preventivamente para que não exista a proliferação de doenças transmissíveis por animais. Necessitamos agora de um espaço para que seja apresentado um projeto e implantá-lo na cidade”, disse.
Procurada, a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Gonçalo, informou que o departamento de vigilância sanitária prepara projeto para este fim. A Secretaria de Saúde está reformulando o setor de zoonoses.
Fonte: O Fluminense