Assim como nos clássicos filmes de comédia romântica, o amor é capaz de nos surpreender. Um simples encontro, chamado de destino por alguns, por outros, nomeado de acaso, é capaz de mudar nossa rota.
No caso de Camile Pasquarelli, o pontapé para sua história de amor foi a adoção de um gato, em 2018. Na época, a criadora de conteúdos estava noiva e conhecer uma nova pessoa estava bem longe dos seus planos.
“Meus pais moravam em uma fazenda em Santa Branca, no interior de São Paulo. Por ser uma cidade pequena, os moradores da região sabiam que eu era formada em medicina veterinária e sempre deixavam animais para adoção perto do portão de entrada da casa. Dessa vez, era uma ninhada com 10 filhotes e, como estava de mudança para São José (SP), minha mãe pediu ajuda para divulgar sobre os felinos no meu Facebook”, relembra Camile.
Dos dez disponíveis, sobrou apenas um, o Salomão. A médica conta que ele era o “menos bonito” da ninhada e, por este motivo, poucas pessoas se interessavam. “Era magrelo e não tinha pelo na cabeça. Parecia um morcego com problema de pele. Era fofo, não tinha dermatite, mas ninguém queria. Eu já estava perdendo as esperanças, quando chegou a mensagem de um garoto chamado Daniel buscando por um gato da cor preta”, conta.
Como já tinha ouvido histórias sobre rituais em que gatos de pelagem escura são mortos, Camile sentiu medo de doar o animal sem antes realizar uma entrevista com o interessado.
“Ele foi muito específico, por isso achei estranho. Decidi perguntar o motivo e, na verdade, era algo bobo. O Daniel trabalhava em restaurante e só usava roupa preta, então, se fosse um animal com pelo claro, os fios iriam aparecer nos trajes. Continuamos o papo e eu acabei confiando.”
Confira um pouco da conversa dos dois:
Neste momento, nem os melhores roteiristas de Hollywood poderiam prever as próximas cenas. Na hora de combinar o endereço, Camile e Daniel se divertiram com a coincidência de morarem no mesmo bairro, rua e prédio.
“Ainda bem que salvo todos os prints, porque é até difícil de acreditar. Nos conhecemos graças ao anúncio que fiz da adoção do Salomão no Facebook e, no final, éramos vizinhos de porta”, conta, entre risos.
Camile já era tutora de Frida, uma cadela, mas o tempo em que se dedicou cuidando dos felinos abandonados fez surgir a vontade de adotar um. “O Salomão já estava com o Daniel, então, busquei por outro. Quando contei ao meu noivo sobre a ideia, ele não gostou, me fez escolher entre o relacionamento ou o gato. Fiquei muito triste, a gente já tinha até comprado terreno para morar junto. Mas decidi seguir minha vida.”
Os animais, mais uma vez, foram os responsáveis por unir ainda mais os vizinhos. Como se já não bastasse dividir o mesmo andar e parede, agora, os animais passeavam de um apartamento para o outro e estreitavam o laço entre os colegas.
“Eu dei as vacinas para os animais, fazíamos uma espécie de guarda compartilhada. Quando ele trabalhava, eu cuidava. Quando um viajava, o outro ficava responsável e vice-versa. Como todos se davam muito bem, nós não queríamos afastá-los.”
A política da boa vizinhança se transformou em uma amizade colorida, os dois se divertiam juntos e, mesmo quando brigavam, acabavam voltando a se relacionar. A adoção, que aconteceu em 2018, rende história até hoje, viu?
Em 2020, quando Camile descobriu a primeira gravidez, Daniel bateu o martelo e atualizou o status para “relacionamento sério”. Dali para frente, o romance só trouxe felicidades, os animais passaram a morar todos juntos, outros foram adotados, o Bento nasceu, a família se mudou para uma casa maior e, agora, o casal espera um novo bebê, que deve nascer no início do próximo ano.
E claro, tudo isso graças ao Salomão, o maior cupido de todos os tempos. E ainda ousam dizer que gato preto dá azar… Rs!
Fonte: Revista Casa e Jardim