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Acupuntura pode trazer muitos benefícios para os animais

15 de outubro de 2010
3 min. de leitura
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As sessões de acupuntura ajudaram o gato Nergal a suportar a dor após deslocar e fraturar a bacia. Foto: Arquivo pessoal

Você sabia que a acupuntura, milenar técnica de medicina chinesa, é indicada para tratar de animais? Não apenas cães e gatos de quaisquer raças, mas espécies maiores, como cavalos, também podem ser beneficiadas.

Não há muita diferença entre o método usado em humanos e o voltado para os animais. Em geral, o acupunturista aplica agulhas bem finas ao longo do corpo do paciente, em pontos específicos. Com isso, promove estímulos sensitivos, hormonais e nervosos.

Para o especialista Stelio Pacca Loureiro Luna, professor-doutor da faculdade de medicina veterinária da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e vice-presidente da Abravet (Associação Brasileira de Acupuntura Veterinária), em certos casos, os resultados do método chinês podem ser superiores aos de um tratamento convencional. ” Paralisias, problemas de coluna ou neuromusculares, atrofia, diarreia, gastrite e algumas alterações reprodutivas, como infertilidade, são os principais exemplos”, diz.

A terapia chinesa pode ajudar ainda no tratamento de animais que sofrem de alguma paralisia ou que sejam muito agressivos. Mas também é indicada para controlar dores, combater problemas dermatológicos e até convulsões.

Segundo Adriana Maria Battazza, veterinária especializada no método, as contraindicações são poucas. Se o bichinho estiver sem comer por vários dias ou passado por uma cirurgia recentemente, é melhor evitar a acupuntura. “Em geral, o animal sente um desconforto apenas durante a aplicação das agulhas. Depois, não deve haver dor. A partir de três minutos de sessão, o corpo do paciente começa a liberar serotonina e endorfina, hormônios responsáveis por promover prazer, desinflamação e alívio da dor, relaxando-o”, explica.

Nergal, um gatinho adotado pelo diretor de arte Felipe Tofani, 29 anos, deslocou e fraturou a bacia. Para resolver o problema, que já não consegue tocar uma das patas no chão por conta da dor, Tofani recorreu à acupuntura e à fisioterapia. Segundo o tutor, o bicho tem se sentido melhor.

Adriana explica que, no Ocidente, a procura pelo método oriental é maior quando o bicho sofre de problemas locomotores ou de coluna – como hérnia de disco -, artrose, luxação e outros males nas articulações. Mas ela afirma que a acupuntura costuma ter bons resultados também contra doenças autoimunes e problemas de pele.

Fique ligado

Segundo o professor da Unesp, quem resolve tratar o animal com acupuntura deve ficar atento. “É importante saber se o profissional conhece suficientemente bem a anatomia do animal. Caso contrário, ele poderá causar uma lesão de nervo ou uma perfuração em algum órgão durante a sessão. Em tese, qualquer pessoa pode aplicar acupuntura, mas um veterinário devidamente qualificado possuirá competência maior para realizar o tratamento.”

Se o acupunturista não souber diagnosticar corretamente o distúrbio, o risco de o estado de saúde do paciente se agravar será maior, alerta Luna. O risco de morte também crescerá.

Para proteger seu bichinho e, de quebra, economizar, a dica é procurar locais onde o tratamento é realizado com a supervisão de uma universidade. Em geral, elas costumam oferecer o serviço gratuitamente ou a baixo custo.

Na faculdade de medicina veterinária da Unesp de Botucatu (interior paulista), o ambulatório funciona às sextas-feiras, a partir das 13h. É cobrada uma taxa simbólica de R$ 5.

Já no Hospital Veterinário da UnG (Universidade de Guarulhos), a prática é reservada aos animais que já estiverem sendo tratados no local. O método utilizado na instituição é conhecido como eletroacupuntura (as agulhas aplicadas pelo corpo do paciente recebe estímulos elétricos). Quem avalia a necessidade ou não de acupuntura são os profissionais do hospital, e as sessões são gratuitas.

Fonte: R7

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