O carismático peixe-palhaço (Amphiprion percula) está ficando completamente perdido. A causa é a acidificação dos oceanos, que faz com que os adultos tenham que procurar ambientes melhores para respirar e que suas larvas tenham índice de mortalidade de cinco a nove vezes mais alto que em áreas sem acidificação.
O peixinho, que ficou conhecido mundialmente por causa do filme “Procurando Nemo”, na verdade, sofre duas vezes pela acidificação dos oceanos. Isto porque ele habita corais, que correm risco de desaparecer não só pelo aumento da temperatura nos oceanos, como também por causa da acidificação. A queda no PH da água provoca a menor fixação do cálcio.
O estudo de pesquisadores australianos e canadenses é o primeiro a analisar os efeitos da acidificação em espécies não calcificadas, como o peixe palhaço. Eles, quando estão em fase larval, se orientam por componentes químicos da água a fim de encontrar ambientes favoráveis para seu desenvolvimento, longe do ataque de predadores. Com a alteração química da água – provocada pelo excesso de CO2 na superfície do oceano -, eles perdem esta habilidade e viram presas fáceis.
De acordo com pesquisadores australianos e canadenses, o problema tende a aumentar ao longo dos anos, provavelmente criando um novo cenário embaixo da água. “A acidificação nos oceanos irá crescer. Olhando os dados vemos que cada vez mais CO2 é emitido na atmosfera e como consequência nos oceanos, tentamos com o estudo, prever o que pode acontecer”, disse ao iG Douglas Chievers, professor da Universidade de Saskatchewan, no Canadá e um dos autores do estudo publicado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Science (PNAS).
Com informações do Último Segundo