“Por que o homem não vê as coisas?
É que ele próprio impede o caminho: ele esconde as coisas.”
Nietzsche
Durante o ano letivo tenho como material de apoio algumas obras muito conhecidas dos teóricos brasileiros da causa animalista. Cito essas obras, uso excertos ou capítulos inteiros, indico resenhas e apresento minhas leituras pessoais. Isso é a base para debates, discussões, críticas e dúvidas durante as aulas.
No transcorrer das aulas ia ficando nítido que a falta de acesso dos alunos aos livros que indicava atrapalhava bastante uma discussão mais aprofundada. Sem a leitura dos teóricos dos direitos animais as aulas não vão passar de achismos. É necessário “vê as coisas” que ficaram escondidas pelo caminho. Mas infelizmente a maioria que se interessa pela temática não tem condições financeiras para adquirir as obras; por outro lado, aqueles que têm uma condição econômica mediana tratam o veganismo e os direitos animais apresentados na sala de aula com desdém.
Pensando em como minimizar essa situação e aproximar as alunas desse conhecimento, comecei minha cruzada pedindo a autores, editoras e ativistas que doassem obras de direitos animais e vegetarianismo para a biblioteca da escola. Entre alguns nãos e algumas mudas gélidas respostas de teóricos e ativistas da nossa nobre causa, recebi muito apoio dos companheiros e companheiras e aqui deixo meus agradecimentos a:
Alberto P. Gonzalez
Ana Maria Curcelli
Carlos Naconecy
Cláudio de Godoy
Daniel B. Lourenço
Ed. Intrínseca
Heron J. de Santana
Hugo Chusyd
Laerte F. Levai
Laura Packer
Luis Martini
Marco Clivati
Maria Jose
Marti Kheel
Nina Rosa
Paloma Costa
Regina Rheda
Rynn Berry
Sergio Greif
Tagore Trajano
Tamara B. Levai
Vânia Rall Daró
Vera Cristofani
Vinicius Lodi
Wilson Grassi
Lembro que quando recebi o livro doado pelo amigo Hugo Chusyd, ele me parabenizou pela iniciativa, pelo projeto “Acervo Animalista na Escola”, respondi-o prontamente que o projeto não é meu e, sim de todos os que lutam pelo fim da exploração animal, pelo fim do especismo e da naturalização da banalidade do mal. Esse projeto é de todos os ativistas dos direitos animais.
Segundo alguns ativistas paulistanos essa é a primeira biblioteca de uma escola pública da América Latina a ter um acervo exclusivo de direitos animais, veganismo e vegetarianismo. Se isso é verdade, não sei. Se for, espero que não continue sendo a única por muito tempo. Vamos abarrotar as bibliotecas públicas de todo o país com obras animalistas, o povo precisa ter acesso ao conhecimento de que suas práticas cotidianas não condizem com a ética e a justiça. Por uma educação vegana de base.