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ALERTA VERMELHO

Ação humana deu origem a mudanças climáticas irreversíveis

Caso medidas não sejam tomadas, a temperatura pode subir mais 5,7°C, o que resultaria em mais enchentes, secas, ondas de calor, ciclones e derretimentos de gelo no Ártico

12 de agosto de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ernane Júnior

O relatório publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (ONU) expõe a responsabilidade humana sobre as mudanças climáticas e pontua a irreversibilidade da crise atual. Além dos últimos cinco anos terem sido os mais quentes desde 1850, nos próximos 20 anos a temperatura do planeta deve aumentar pelo menos 1,5°C se as emissões de gases de efeito estufa não forem reduzidas.

O planeta aqueceu 1,07ºC desde a era pré-industrial e pode levar até 30 anos para se estabilizar. Caso medidas não sejam tomadas, a temperatura pode subir mais 5,7°C, o que resultaria em mais enchentes, secas, ondas de calor, ciclones e derretimentos de gelo no Ártico.

Fenômenos naturais extremos ocasionados pelo aumento do nível do mar poderiam passar a ser anuais ao invés de ocorrer a cada 100 anos. Para impedir que isso ocorra, as emissões de poluentes precisam ser neutralizadas até 2050.

O relatório vai nortear a próxima Conferência do Clima, a ser realizada em novembro no Reino Unido para propor compromissos com a finalidade de por fim ao uso de carvão para gerar energia e ao desmatamento ao mesmo tempo em que se realiza a transição para carros elétricos e energias renováveis.

O secretário-geral da ONU chegou a dizer que o relatório é uma espécie de alerta vermelho para a humanidade. Apesar disso, o governo do Brasil se comporta de maneira inadequada, na opinião do professor Paulo Artaxo, integrante do Painel da ONU sobre Mudanças Climáticas.

“Nós estamos vendo internacionalmente – mesmo que seja tardio – um movimento de reduzir emissões. No caso brasileiro, infelizmente, isso não vem ocorrendo. Continuamos a aumentar o desmatamento da Amazônia. Agora, com a crise elétrica, estamos queimando mais combustíveis fósseis, estamos colocando a vulnerabilidade da população ainda mais em risco do que estávamos alguns anos atrás. E isto evidentemente é um risco enorme que o Brasil não deve correr”, afirmou ao G1.

Ao ser consultado sobre o caso, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que o objetivo de reduzir emissões de poluentes não deve ser alterado a cada revisão metodológica por se tratar de um compromisso de longo prazo.

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