Em uma decisão que ignora completamente os direitos animais, o governo do Rio Grande do Sul realizará, em 14 de janeiro, um leilão envolvendo 179 animais do Zoológico de Sapucaia do Sul. A iniciativa visa arrecadar mais de R$ 241 mil, vendendo 150 cisnes-negros, 20 pavões, sete jegues e dois pôneis.
De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), o processo, que tramita há dois anos, foi motivado pela superlotação das instalações do parque, causada pela reprodução das espécies.
Entretanto, essa é mais uma maneira de lucrar tratando os animais como objetos. Cada cisne-negro será vendido em pares por R$ 2,9 mil, os pavões custarão R$ 331,21, enquanto os pôneis e jegues serão vendidos a R$ 2,7 mil e R$ 1 mil, respectivamente.
Segundo a Sema, todos esses animais podem ser classificados como domésticos, o que dispensa autorização de órgãos ambientais para sua criação. Mas essa afirmação cai por terra pois o cisne-negro não é um animal doméstico, apesar de ser forçadamente domesticado em muitas situações.
A falta de autorizações de órgãos ambientais na venda desses animais significa que nada garante que eles receberão os cuidados adequados de especialistas após deixar o zoológico.
Com uma área total de 780 hectares, o Zoológico de Sapucaia do Sul é um dos maiores do país. Mesmo assim, a superlotação revela a falta de planejamento a longo prazo nos zoos e como eles também conseguem tirar vantagem financeira até na falta de preparo.