Não são muitos que sabem, mas existe um mês dedicado à prevenção e conscientização das pessoas sobre maus tratos praticados contra os animais. A campanha Abril Laranja foi criada em 2006 pela Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra Animais (American Society for the Prevention of Cruelty to Animals).
Para a voluntária da ONG Campo Bom pra Cachorro Caroline Heller, o Abril Laranja ainda precisa ganhar mais espaço, para que ele tenha realmente o impacto que almeja, que é a disseminação da informação sobre os maus-tratos, suas características e a importância da denúncia. “Mas ainda se fala muito pouco sobre isso, nós como sociedade precisamos criar esses espaços e reforçar o quanto isso é importante”, ressalta. “A disseminação da informação é o poder de mudança. Se abandonamos e maltratamos vidas inocentes e somos coniventes, que tipo de sociedade somos?”, indaga.
No Brasil, maus-tratos contra os animais é crime previsto em lei (nº 9.605-98). A pena para quem for condenado vai de 2 a 5 anos de prisão, além do pagamento de multa e inclusão do nome no registro de antecedente criminal. Quem comete crueldade contra os animais pode ser preso em flagrante pela autoridade policial.
A vereadora Kayanne Braga (PTB), 1ª representante da causa animal no Legislativo de Campo Bom, ressalta que as leis existem e precisam ser aprimoradas cada vez mais. “Mas de nada adianta se não houver uma denúncia”, diz. “Quando falamos nos problemas que acarretam a vida dos nossos animais, falamos de muitos pontos importantes que, sozinhos e sem apoio da comunidade não tem como erguer a bandeira de liberdade para eles”, completa.
Para denunciar casos do tipo, basta comparecer a qualquer delegacia de polícia com pelo menos uma prova — que podem ser vídeos e fotos feitos com o aparelho celular — ou ainda pela Delegacia Online do Rio Grande do Sul.
Segundo Caroline, a ONG atua por meio da disseminação da informação e orientação da população sobre como conduzir os maus-tratos. “O grande problema é que as pessoas ainda têm medo de se indispor com vizinhos e outras pessoas e acabam não denunciando, então os animais acabam ficando desamparados”, diz a voluntária. “Uma coisa que vejo claramente é que todos nós podemos fazer algo para mudar o nosso mundo. O que aprendi dentro da ONG é que existe um poder gigante na vulnerabilidade e na empatia.”
Fonte: A Gazeta (Campo Bom)