De acordo com as informações do G1, em Teresina, os abrigos e protetores de animais estão enfrentando dificuldades para manter os itens básicos como alimentos, atendimento médico e produtos de higiene. Durante a pandemia de Covid-19, os abrigos tiveram uma queda considerável nas doações.
Jane Haddad, a auxiliar veterinária e administradora da Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais (Apipa), em entrevista ao portal do G1, explica que as doações para as entidades sofreram uma queda de 70%, portanto, as instituições não conseguem suprir nem a metade das necessidades dos animais.
Atualmente, a Apipa, que existe há quase 14 anos e abriga mais de 250 animais, acumula uma dívida de aproximadamente R$ 94 mil reais. Todo esse valor foi gasto em exames e cirurgias de cães e gatos que foram resgatados.
Muitos animais acolhidos pela instituição, possuem doenças diversas, são idosos ou apresentam problemas de mobilidade e por isso necessitam de cuidados especiais. Além disso, os gatos consomem 15 kg de ração e os cachorros 25 kg, em média diária.
“Além da diminuição no número de doações, houve o aumento do abandono na pandemia. Teresina está se tornando uma cidade vertical, muitas pessoas mudam de endereço e dizem que não é possível levar os animais, mas é preciso destacar que condomínios, por exemplo, têm leis e você pode levá-los, desde que respeite as normas de como passear ou coletar as caquinhas”, comenta a protetora.
Com o objetivo de arrecadar fundos para a entidade, a Apipa mantém uma loja com produtos exclusivos e realiza eventos. Sendo assim, no dia 30 de setembro, o abrigo realizou uma live pelo Instagram @apipaoficial, com o tema “Apipa na minha vida: o fim de um ciclo”, no intuito de arrecadar doações e reduzir os gastos com as despesas.
Campanha por ração
Raissa Rocha, que há oito anos alimenta mais de 100 animais em situação de rua na Zona Leste, em Teresina, arrecada doações para abrigos e ajuda outros protetores de animais na região. Em 2020, a protetora chegou a arrecadar três toneladas de ração em um período de seis meses. Ainda assim, em 2021, a quantidade de arrecadação não chegará nem na metade do ano anterior.
“Desde abril deste ano, está muito difícil ajudar. As doações estão abaixo da média e chegam a ser desesperadoras. Existem mais pessoas engajadas na causa animal, pessoas que têm alimentado animais na rua. Mas às vezes se alimentam porque estão desocupadas, porque não estão empregadas. E, desta forma, não podem custear esse alimento por muito tempo”, conta Raissa.
Raissa organizou um projeto chamado de “Desafio do Amor”, que busca doar até duas toneladas de ração para 100 protetores independentes e dois abrigos da região. O evento será realizado no dia 02 de outubro, no estacionamento da Ponte Estaiada, na Zona Leste da capital.