Um abrigo de animais localizado em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR), foi atingido pelo transbordamento do Rio São Domingos, que corta o município, no sábado (28/06). O local está arrecadando doações para se reestruturar.
Um cãozinho morreu na enchente e outro está desaparecido. O local ainda está contabilizando os animais para identificar se há mais desaparecidos.
Toda a área do Abrigo Mãos e Patas (AMEP) foi atingida e ao menos seis canis, ração, medicamentos e materiais de limpeza foram destruídos e carregados pela força da água.
Administrado pelo Projeto Mãos e Patas(@projetomaosepatas), uma ONG que atua reabilitando animais para adoção, o abrigo AMEP cuida de mais de 150 animais dispostos em uma área ampla que possibilita seus cuidados.
Mantido através de doações, um dos grandes problemas do abrigo é a proximidade com o Rio São Domingos, que transbordou no último sábado.
“De vez em quando tem enchentes com as chuvas, mas nunca nessa proporção. Então a gente está chamando o que aconteceu de enxurrada. Entre 5h30 da manhã até 7h30 a chuva deixou o lugar desse jeito. Foi muito de repente. Subiu rápido e baixou rápido também”, explicou Magda Abreu, médica-veterinária responsável pelo projeto Projeto Mãos e Patas.
A cidade de Igarassu decretou estado e emergência devido às chuvas do final de semana.
No abrigo, os animais precisaram ser resgatados pela força e coragem dos colaboradores e amantes dos animais.
Durante a enchente, a equipe que trabalha no abrigo foi flagrada colocando a vida em risco para resgatar os animais em meio à água que tomou o local.
“Faz dias que a gente não dorme, porque continuam alertas de chuva, então ficamos com medo de acontecer novamente”, disse Magda.
Ajuda
Com o recuo do rio, o que ficou no abrigo foi um cenário de destruição. Seis canis, que comportavam cada um até cinco cães, foram completamente destruídos pela correnteza.
“A gente precisa o mais rápido possível reestabelecer um ambiente externo para que eles possam voltar a ter as solturas. Porque o estresse do acidente junto com a questão do salvamento deixa eles estressados. Enclausurados eles ficam mais ainda. Então quando não há a soltura, que eles estavam acostumados à rotina de soltura, isso vai causando estresse. Então a gente pede, pelo amor de Deus, que as pessoas se sensibilizem com a situação desses animais e nos ajude a reerguer essa parte onde a gente possa recolocá-los”, disse Magda.
Para que o lugar fique restaurado, o projeto pede doações, principalmente para recuperar a estrutura física que foi destruída pela enchente. Voluntários que possam atuar com sua força física são bem-vindos.
“As necessidades são tantas que a gente nem sabe por onde começa, mas principalmente alimento pois não estamos podendo comprar. Principalmente para os gatos. Tem chegado para cães, mas para gatos muito pouco e temos pelo menos 50 gatos lá. Também precisamos de tijolo, de telha, de madeira, de cimento, de tudo que se refere à construção. Mão de obra, de pedreiro, de gente que possa ajudar a construir ou até projetar de uma forma melhor para que a água não chegue mais em uma situação parecida com essa”, informou a médica-veterinária.
As doações podem ser realizadas através do Pix, que é o CNPJ da ONG: 22.055.400/0001-37. Além disso, também é possível entrar em contato com o abrigo pelas redes sociais.
Risco constante
Segundo a médica-veterinária, a tendência do local é ficar cada vez mais suscetível às intempéries por conta do rio de margens desprotegidas.
“A tendência é de que se nada for feito para resolver o assoreamento desse rio é isso acontecer de novo. Ele não tem profundidade então a água quando vem ela ocupa o espaço que vê pela frente”
Ações de Saúde
Nesta segunda-feira (30/06), o Grad Brasil (@gradbrasil) e o Instituto Claudemir Lima (@instituto.claudemirlima) foram ao local para prestar atendimento de saúde aos animais.
Além disso, Claudemir Lima e vários outros voluntários colocaram a mão na massa para tirar os escombros e limpar a área atingida.
Fonte: Folha de Pernambuco