Abrigo de mais de 400 animais silvestres, o Criadouro Conservacionista São Braz, em Santa Maria, está com novos habitantes. Dois gatos-do-mato e um tamanduá-mirim, filhotes e órfãos, recebem carinho e cuidados necessários para, um dia, retornar à natureza.

O tamanduá-bandeira tem três meses de vida e se alimenta basicamente de cupins e formigas. “A missão é difícil. Ele mamou muito pouco tempo na mãe e só ela pode dar os nutrientes e os anticorpos para a sua sobrevivência”, explica o diretor do criadouro, Santos Braz.

Já os dois gatos-do-mato não têm nenhum grau de parentesco, mas chegaram ao local juntos. O menor tem aproximadamente dois meses e foi encontrado em Estrela Velha, sem a mãe. O maior tem quatro meses e fugiu de uma família de São Gabriel, que o criava de forma irregular.

Também conhecidos como gatos-maracajá, os felinos lembram uma onça , mas são muitos mais dóceis. Mesmo assim, terão de readquirir o instinto selvagem antes de voltar à natureza. “É um processo longo. Eles têm de voltar a ter defesa própria, a buscar alimento, a caçar, e a se proteger para serem reintegrados novamente à natureza”, acrescenta o diretor.

O chefe do Ibama de Santa Maria, no entanto, acredita que será difícil fazer com que os filhotes se acostumem novamente com a vida selvagem. “Vão receber abrigo, alimentação e proteção desde filhotes, portanto, na medida em que forem atingindo a fase adulta, não terão desenvolvido nenhum mecanismo de sobrevivência”, argumenta Tarso Isaías.

O mesmo ocorre com os saguis-de-tufo-preto, que foram tirados da Mata Atlântica por traficantes de animais e estão há um ano no abrigo, que possui autorização para cuidar dos animais. A lei ambiental de proteção da fauna proíbe a tutela de espécies selvagens.

Fonte: G1