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Abelha que morava em árvore perde casa após temporal e se recusa a partir em SP

28 de março de 2025
4 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Uma abelha mamangava (Xylocopa spp.) tem chamado atenção no Largo do Arouche, região central de São Paulo, após perder seu ninho em um temporal que derrubou a árvore onde morava no dia 12 de março. Desde então, o inseto polinizador ronda o local em busca de seu lar, em um comportamento que comoveu moradores e mobilizou voluntários.

Testemunhas relataram que a abelha, conhecida por seu tamanho avantajado e zumbido característico, insiste em voar ao redor dos galhos caídos, como se procurasse reconstruir seu abrigo. “Ela não desiste, fica circulando o dia todo. Parece que está perdida”, contou um frequentador do local.

Preocupados com a sobrevivência do animal, que desempenha um papel crucial na polinização de plantas, voluntários se organizaram para construir estruturas artificiais que funcionam como ninhos provisórios. Feitas com materiais naturais, as pequenas cavidades imitam os locais onde essas abelhas costumam se abrigar, como troncos ocos e galhos secos.

Por que ajudar uma abelha solitária?

Diferente das abelhas sociais, como as africanizadas, as mamangavas são espécies solitárias e não formam colônias. No entanto, sua importância ecológica é enorme: elas são polinizadoras de diversas plantas nativas e cultivos agrícolas, como maracujá e berinjela. A perda de seu habitat, seja por tempestades ou desmatamento urbano, ameaça sua sobrevivência.

“Essas abelhas já enfrentam dificuldades com a redução de áreas verdes e o uso de pesticidas. Quando uma árvore cai, elas perdem não só a casa, mas também fontes de alimento”, explicou a bióloga Ana Lucia Martinez, especialista em polinizadores.

Iniciativa inspiradora

A ação dos voluntários no Largo do Arouche viralizou nas redes sociais após o repórter João Fellet compartilhar a história em um vídeo no Instagram (confira acima). Muitos seguidores elogiaram a iniciativa e se ofereceram para ajudar em outras regiões.

“É um gesto simples, mas que mostra como pequenas ações podem fazer diferença na preservação da biodiversidade urbana”, disse Fellet.

Como ajudar abelhas solitárias?

Preserve troncos e galhos ocos em jardins e praças.

Plante flores nativas para fornecer alimento.

Evite pesticidas em áreas verdes.

Construa abrigos artificiais com madeira perfurada ou bambu.

Enquanto a mamangava do Arouche se adapta ao novo ninho, sua história serve de alerta para a importância de proteger os polinizadores – mesmo os menos conhecidos.

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