A cidade de Dourados no Mato Grosso do Sul viu a população de animais em situação de rua mais que dobrar no último ano. Diante da crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus, muitas famílias decidiram abandonar seus cães e gatos covardemente.
Segundo a diretora da ONG Abana Rabo, Gisele Velloso, sozinhos, esses animais podem não sobreviver. “Nas ruas, os animais têm dificuldades para encontrar alimento e abrigo e estão sujeitos a brigas, atropelamento e maus-tratos, além do risco de contrair doenças”.
Animais domésticos demandam necessidades que devem ser atendidas pelo seu tutor e o abandono deles na maioria das vezes, condena aquele animal a uma vida cheia de inseguranças. “Infelizmente, no momento de crise financeira, a primeira coisa que a pessoa faz é abandonar o animal à própria sorte, pensando que na rua ele irá ‘se virar’ e achar um novo tutor”, destaca Gisele, que já recuperou cerca de 400 animais em seis anos de atuação da ONG em Dourados.
O abandono de animais é crime previsto em lei com multa e pena de até cinco anos de detenção, ainda assim esse fenômeno negativo vem crescendo em várias partes do país.
O aumento do custo com ração, medicamentos e veterinário, também é um dos fatores por trás dessa triste estatística, por isso é muito importante avaliar as condições financeiras, de espaço físico e disponibilidade de tempo antes da adoção, pois animais não são pelúcias e precisam além de ter suas necessidades básicas atendidas, de atenção e cuidados em todas as fases de sua vida, independentemente dos problemas que o seu tutor vier a ter. “A adoção de um animal é uma coisa muito séria”, explica Gisele.
Muitos desses animais abandonados pelas suas famílias são encontrados por ativistas em péssimas condições de saúde e bem-estar, com doenças como cinomose, sarna, leishmaniose, além de vermes, carrapatos e doenças mais graves. Outra questão importante é a reprodução desses animais nas ruas, que por não serem castrados, acabam se reproduzindo de forma descontrolada.
Em Dourados, a ONG Abana Rabo recebe em seu abrigo animais resgatados que ganham toda assistência médica, alimentação e abrigo. “Na ONG, todos eles têm cama, casinha, tapete, ração e muito amor. Depois que o animal está bem e é liberado para adoção, fazemos todo o acompanhamento com ligações, fotos e até visitas para ter certeza que está tudo bem e que este animal não está sendo vítima de maus-tratos novamente”, finaliza a diretora do abrigo.
Se não existem garantias a longo prazo quanto à adoção de um animal doméstico, ajude uma ONG ou instituição de proteção animal.