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Abandono de animais aumenta 50% entre dezembro e fevereiro

14 de janeiro de 2010
3 min. de leitura
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O verão é a estação das férias e é a época em que a família passa vários dias viajando. Tudo ótimo, se muitas dessas famílias não abandonassem seus animais de estimação em casa para se divertirem. Segundo o diretor do Centro Municipal de Proteção Animal (Cempa) de São Leopoldo, no RS, Fábio Almeida, o número de animais abandonados aumenta cerca de 50% nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. “Já estou com cinco casos aqui de cachorros que foram abandonados”, conta Almeida.

Um deles é um cão da raça Fila que está no pátio de uma casa, no bairro Santo André, há três meses, desde que a família saiu de férias. A denúncia foi feita por vizinhos que estão ajudando a cuidar do cachorro enquanto o responsável não é localizado. “O vizinho está dando comida e água por uma corda através do muro, mas mesmo assim ele está magro”, afirma André Marinho, diretor de serviços do Cempa.

Segundo Marinho, a situação é deplorável. O balde que foi deixado com água já está com muito lodo e o animal está visivelmente abatido. “Já fizemos uma ocorrência policial e estamos entrando com uma ordem judicial para podermos entrar no local e retirar o cachorro”, explica André.

Abandono de animal é considerado crime de maus-tratos, com punição de três meses a um ano de prisão, que pode ser convertida em cestas básicas ou serviços comunitários. Para Almeida, esses casos acontecem porque são cachorros que foram criados para cuidar da casa. “Normalmente são cães de grande porte, usados para dar segurança enquanto a residência está vazia e, por isso, não existe carinho entre o tutor e o animal, ou seja, o responsável não se preocupa com as condições ou sobre como vai ficar o cachorro enquanto estiver fora”, afirma Almeida.

Alternativas para deixar seu animal bem cuidado

Existem várias alternativas para sair de férias e deixar o animal de estimação bem tratado. Entre elas, pedir para alguém próximo cuidar. “Qualquer pessoa pode tratar, mas o melhor é que seja alguém conhecido do animal para que ele não se sinta tão abandonado”, opina Almeida.

Outra opção é deixá-lo em um hotel para animais, mas esta deve ser a última escolha, já que o cachorro terá contato com pessoas desconhecidas em um lugar estranho, o que pode gerar um nível maior de estresse. Ainda assim, existem pet shops e clínicas veterinárias que prestam este serviço. A média de preço varia conforme o peso do animal. Para pequeno e médio porte, a diária custa cerca de 15 reais. Para grande porte, 20 reais. E para porte gigante, ou seja, com mais de 60 quilos, o preço chega a 25 reais. “O importante é sempre trazer a carteira de vacinação, a ração a que o animal está acostumado e tudo que pertence a ele, como brinquedos e a cama”, explica a veterinária Adriana Schneider.

Cão resgatado na terça-feira será tratado no Canil Municipal

O diretor de serviços do Canil Municipal de São Leopoldo, André Marinho, resgatou na terça-feira um cachorro com aparência bastante doente que andava pelo Centro da cidade, invadindo lojas. Ele recebeu um chamado pelo telefone avisando sobre o animal. O cão, sem raça definida, estava com o corpo coberto por sarna e feridas e tentou fugir quando Marinho foi capturá-lo, munido apenas com uma barra de ferro com uma corda em uma das extremidades.

Fragilizado, o animal não conseguiu correr. “Ele será levado para o Canil onde será tratado e castrado. Se não for adotado, voltará para a rua”, diz Marinho. Segundo ele, nesta época é comum encontrar animais abandonados pelos tutores que viajam de férias. “Costumam jogar os bichos perto do canil porque acham que vamos recolhê-los, mas há muitas formigas carnívoras vivendo próximo ao local e os filhotes são presas fáceis para elas”, explica Marinho.

Fonte: Diário de Canoas

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