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Abandono de animais é caso de saúde pública e castração é a solução

20 de maio de 2015
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Alguns umuaramenses acolhem, outros abandonam e existe até os que fingem não ver, mas a população de animais abandonados nas ruas da cidade continua crescendo. A situação é um problema de saúde pública, mas pouco está sendo feito e conforme especialistas a castração seria a melhor alternativa. Só na Sociedade de Amparo aos Animais de Umuarama (Saau) são mais 500 cachorros e gatos esperando por adoção.
Conforme Ana Maria Polaquini, presidente da SAAU, só ontem 15 filhotes foram acolhidos pela associação, que não tem mais espaço físico e condições financeiras de receber animais. Ainda conforme a entrevistada, todos os dias chegam na SAAU animais abandonados ou que receberam maus-tratos, mas a situação está insustentável. “Só com cachorros adultos temos mais de 500 alojados em uma estrutura antiga e precária”, contou.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam, em países pobres e emergentes como o Brasil, a proporção de 15 filhotes de cães e 45 de gatos para cada bebê nascido. A situação preocupa não só pela qualidade de vida dos animais, mas por ser uma questão de saúde pública.
Conforme o professor e coordenador do Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Oduvaldo Marques Pereira Júnior, o crescimento da população de animais de rua também promove o surgimento exponencial de doenças entre estes animais, que não recebem vacinas ou cuidados. Situação que pode se estender aos humanos, como a transmissão da raiva, uma doença crônica e que leva a morte.
Ainda segundo o coordenador, muitos municípios em parceria com as universidade realizam a castração dos animais para amenizar a situação e economizar com a saúde pública. “O crescimento dos animais abandonados é um problema de saúde pública e alguns municípios do Brasil já perceberam que investir em precauções também diminui nos custo com a saúde do município”, informou.
Hoje as universidades de Umuarama realizam o serviço e cobram apenas o custo, mas para muitos umuarameneses ainda é um valor alto. “O ideal seria o apoio do município ou empresas para custear este valor e poder oferecer para toda a comunidade carente”, acrescentou.
Bairros carentes
Além dos cachorros e gatos abandonados no centro da cidade, o problema tem maior incidência em bairros mais carentes, informou a presidente da SAAU. “Um levantamento realizando no Parque das Jabuticabeiras mostrou que só no bairro são 2 mil cachorros. Se cada cachorra der cria para 5 filhotes imagina o tamanho da população? Precisamos voltar nossa atenção para esta situação”, exclamou Ana Maria.
Novo canil
A prefeitura de Umuarama está desenvolvendo o projeto de construção de um novo canil próximo do antigo da SAAU. A ideia da administração é montar parcerias com as universidades para realizar controle de doenças e demais serviços para tentar amenizar a situação atual de Umuarama. O projeto está em fase de licitação.
SAAU precisa de ajuda
Como sempre a única associação que realiza o trabalho de acolhimento dos animais abandonados precisa de apoio. Mesmo com a ajuda da população de Umuarama a estrutura da associação não comporta mais animais e alguns setores precisam de reforma urgente. “Tivemos que pagar para roçarem o mato em volta da estrutura, pois esta aparecendo cobras e outros animais peçonhentos”, contou a presidente.
Fonte: Ilustrado

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