O abandono de cerca de 100 cavalos, que ficaram praticamente ilhados em um terreno devido aos alagamentos registrados nos últimos dias no Rio Grande do Sul, chamou a atenção de uma moradora de Pelotas, no Sul do estado. Pelas redes sociais, a bacharel em direito e funcionária pública Cristina Oliveira organizou uma campanha para arrecadar alimentos aos animais que estavam há uma semana sem ter o que comer.
Ela divulgou fotos mostrando a situação em que os cavalos se encontravam e despertou a atenção e a solidariedade de muita gente. A psicóloga Simone Neves foi uma das que ajudou.”Eu sou uma pessoa louca por animais, animais em geral, cachorro, cavalo, tudo. Eu jamais veria uma situação dessas e não faria nada”, conta.
Através da campanha feita em uma rede social, o grupo de proteção aos animais conseguiu arrecadar quase uma tonelada de alimentos já no primeiro dia de mobilização. E a cada dia, mais voluntários abraçam a causa. Durante toda a semana, uma equipe recolheu doações de feno e ração e levou até os animais. Mesmo com as doações, Cristina diz que o arrecadado deve durar poucos dias. “A gente tem alimento para hoje e vamos para a rede social novamente para buscar esses alimentos para amanhã poder alimentar eles de novo”.
Antes da cheia da Lagoa dos Patos, os cavalos se alimentavam de pasto. Entretanto, com a grama totalmente submersa, os animais ficaram sem comida. Estão tão fracos que alguns nem conseguem mais ficar de pé. A maioria foi abandonada pelo tutor. Segundo Cristina, eles estavam há mais de uma semana sem se alimentar. “Eu me surpreendi com aquilo, alguma coisa está acontecendo. Quando eu vim até o local eles me disseram, o pessoal do campo me disse: ‘Olha, eles estão debilitados e vão morrer porque eles não têm o que comer”, conta.
O dono do terreno onde estão os cavalos ainda não foi identificado. Enquanto isso, a Defesa Civil se comprometeu em ajudar os animais. “Vamos acionar os proprietários, vamos alimentá-los até nós conseguirmos uma solução. Vamos ver se realmente estão sofrendo os maus-tratos e como enquadrar isso”, explica biólogo da Defesa Civil, Ivan Vaz.
Fonte: G1