Sandrine Otsmane (tradução por Juliana Marques)
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Foi com grande prazer que aceitei acompanhar um projeto de zooterapia original pois foi praticado com um gato.
O gato é um excelente meio de interação social com pessoas idosas ou doentes. Isso que ocorre nos grupos de recreação de Daddou com os doentes do hospital é de um enriquecimento incrível tanto no plano humano como no nível felino.
Se a guardiã de Daddou se dedica de coração nessa missão com os pacientes, ela é igualmente muito atenta às necessidades de seu animal: assim, ela cuida para que o bem estar de seu gato seja respeitado durante essas visitas. É importante para ele tanto quanto para as pessoas que o encontram. Sendo primordial que seu animal se sinta bem no papel em que ele atua, ela me pediu ajuda, como comportamentalista felina e especialista nas relações homem/animal.
Acompanhei então Daddou e sua guardiã nos grupos de recreação assistidos pelo animal a fim de observar o comportamento do gato, interpretar os sinais pouco perceptíveis que indicam uma certa fatiga ou inquietação dele, sinalizá-los a guardiã e explicar-lhe os gestos certos a ter com ele segundo as situações. Meu papel é de revelar os sinais, as mímicas, os comportamentos de Daddou, assim como os micro movimentos de sua calda, cabeça, olhos, orelhas ou ainda de sua língua e suas vibrissas (bigodes). Esta observação atenta me permite analisar melhor cada situação vivenciada pelo felino e de coloca-la em pratica com a zooterapia para que as necessidades do animal e seu estado emocional no momento sejam respeitados.
Neste trabalho de equipe no qual o papel de cada um é bem definido torna-se possível um trabalho de qualidade para os doentes e o respeito com o animal.
Antes de colocar em pratica um projeto como esse, os indivíduos felinos devem ser objeto de uma seleção rigorosa. No caso de Daddou, o bom trabalho do guardião permitiu selecionar um filhote que possui grandes qualidades de adaptação indispensáveis a esse trabalho.
Em efeito, o papel do guardião é determinante para o futuro. São nas primeiras semanas de vida do filhote que tudo acontece, o guardião deve permitir um bom contato humano durante o período situado entre o 9° dia e a 9ª semana de vida. Isso significa que durante esse período, é necessário apresentar ao gato todos os tipos de pessoas, homens, mulheres, pessoas de portes diferentes, diferentes cores de pele, crianças de todas as idades; é assim que o filhote cria uma impressão social.
É importante saber que essa impregnação não tem garantia de vida; por esta razão, é necessário treinar a memorização de espécies amigas revitalizando regularmente a memória do gatinho e durante a sua vida adulta também.
Além da seleção rigorosa do animal, é igualmente indispensável, a quem quiser montar um projeto de zooterapia com o gato, de se aproximar de associações competentes e de ser acompanhado por um comportamentalista felino – especialista das relações homem/animal que permite estabelecer um bom relacionamento, indispensável a esses grandes momentos de trocas.