Muitas das espécies em perigo são desconhecidas da população. Saiba mais sobre 10 delas
Ainda com remanescentes da Mata Atlântica preservados, o Rio de Janeiro abriga uma rica diversidade da fauna em seu território. Mas a degradação de áreas verdes, manguezais, restingas e lagoas, e a intensa ocupação humana são as maiores ameaças às espécies endêmicas e ao equilíbrio desses ambientes.
Entre as 257 espécies que correm risco de sumir na região fluminense, muitas sequer são conhecidas por grande parte da população. É o caso, por exemplo, do sagui-da-serra-escuro, primata encontrado somente em área restrita do Sudeste.
Autor do livro 100 Animais Ameaçados de Extinção no Brasil e o Que Você pode fazer Para Evitar (Ediouro, 144 págs, R$ 49,90), no qual aborda as principais causas da perda da diversidade biológica, Sávio Freire Bruno, que é veterinário, biólogo e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), explica que, com o desaparecimento das matas de galeria que protegiam as águas do Rio Paraíba do Sul e a destruição das florestas de Mata Atlântica, este sagui tornou-se raridade.
“Poucos exemplares encontram refúgio em áreas como o Parque Nacional de Itatiaia, Parque Nacional da Serra da Bocaina e Área de Proteção Ambiental de Petrópolis”, comenta. Também pouco conhecida e vulnerável de extinção, a borboleta-da-praia é alvo de captura e comércio. “É raríssima de ser avistada, carecendo até de dados biológicos”, destaca o cientista.
Educação para transformar
Para Sávio, que fez intenso trabalho de campo para listar as espécies mais ameaçadas do País, a educação é passo fundamental para a transformação social e preservação ecológica. “Para proteger esse bioma é preciso conhecê-lo, saber quem são esses seres que lutam como nós, diariamente, para sobreviver e se reproduzir”.
Animais deslocados de seu habitat desequilibram o ecossistema
Com ampla extensão territorial, alta incidência de luz solar e oceano que contorna todo o leste, o Brasil é detentor de megadiversidade inigualável, com mais de 13% das espécies da Terra. De todos os estados, o Rio de Janeiro conserva grande parte dessa riqueza.
Mas outra das grandes ameaças à fauna fluminense é o comércio ilegal. “O tráfico de bichos silvestres ainda é uma dura realidade. Se amamos e respeitamos a natureza, não devemos prender animais e incentivar esse comércio. Temos que admirá-los livres, na sua mais bela expressão ”, reflete Sávio Freire Bruno.
Ele ainda aponta o tráfico como um dos principais motivos da introdução de espécies exóticas nos biomas, como saguis-de-tufo-preto e saguis-de-tufo-branco, e o mico-leão-de-cara-dourada, este último do Sul da Bahia. “Um animal que não faz parte daquele ambiente pode desequilibrar as relações entre presa e predador, gerando impactos na fauna e ameaçando espécies que não contavam com sua presença”, explica.
Fonte: O Dia Online