Um marco significativo foi alcançado no Parlamento do Reino Unido com a aprovação final de um projeto de lei destinado a proibir as exportações de animais vivos. A Lei do Bem-Estar Animal (Exportações) tem como objetivo acabar com a prática de exportar vacas, ovelhas e porcos para fins de engorda ou morte para consumo. Esta iniciativa legislativa tem sido objeto de discussão no Parlamento desde que uma consulta governamental em 2020 revelou que uma ampla maioria, 87% dos entrevistados, estava a favor da proibição das exportações de animais vivos.
O CEO da Compassion in World Farming (CIWF), Philip Lymbery, expressou sua satisfação com a aprovação do projeto, destacando o papel crucial dos defensores da causa ao longo dos anos. Lymbery afirmou que esta é uma vitória aguardada há muito tempo e elogiou a dedicação e persistência dos apoiadores, que desempenharam um papel fundamental para garantir o sucesso desta legislação.
A prática de exportar animais vivos do Reino Unido tem sido amplamente criticada por ativistas de bem-estar animal, que denunciaram as condições cruéis enfrentadas pelos animais durante as longas viagens para o continente. Segundo relatos, esses animais eram frequentemente amontoados em caminhões durante horas, com pouco espaço para se moverem ou descansarem. Sonul Badiani-Hamment, Diretor Nacional da FOUR PAWS UK, descreveu essas jornadas como “horríveis”, destacando os riscos à saúde e ao bem-estar dos animais, que muitas vezes sofriam ferimentos, exaustão, fome e desidratação.
As exportações de animais vivos foram suspensas em dezembro de 2020, mas havia preocupações de que essa prática pudesse ser retomada a qualquer momento. Com a aprovação final do projeto de lei no Parlamento, esse risco foi eliminado, trazendo um alívio para ativistas e defensores do bem-estar animal, como Yvonne Birchall, da Kent Action Against Live Exports (KAALE), que expressou sua satisfação com o fim desse comércio cruel.
Além do Reino Unido, há um impulso global crescente para proibir as exportações de animais vivos. O governo australiano também anunciou planos para encerrar as exportações de ovinos vivos até 2028, embora enfrente resistência do setor agrícola e de políticos de direita.