O canto de um sabiá pode ser encantador, mas não se justifica engaiolar o pássaro e mantê-lo no cativeiro. Isso é crime. Tanto o aprisionamento quanto a comercialização de aves silvestres estão previstos na Lei 9.605/98, que versa sobre crimes ambientais. O artigo 29 determina pena de seis meses a um ano de prisão mais multa, que varia de R$ 500 a R$ 5 mil, sendo o valor máximo aplicado a casos envolvendo espécies em extinção, como a arara, por exemplo. No entanto, a existência de uma lei e a ação da Polícia Ambiental não têm intimidado o comércio ilegal de aves.
O major Correia Lima, da Cipam, ressalta a importância das denúncias. Segundo o major, comandante da Companhia Independente de Proteção Ambiental (Cipam), um total de 693 animais foi apreendido este ano, tendo o mês de abril registrado 252, correspondendo a 36% das apreensões, maior índice até o momento.
Nos meses seguintes, o número apresentou uma substancial queda, sendo 60 em maio, 103 em junho e 12 em julho. Os números das apreensões fornecidos pela Cipam não oferecem condições para se fazer um comparativo com o ano passado, tendo em vista que os dados referentes a 2009 estão incompletos. As estatísticas deste ano revelam que o concriz, o bigode, o golinha e o sabiá laranjeira lideram as apreensões que são geralmente feitas em feiras livres da Região Metropolitana de Natal.
Segundo explicou o tenente André Luís Valadares, a Companhia realiza normalmente operações de combate ao comércio ilegal de aves e outros animais, mas atua também com base em denúncia anônima. Entre os animais com maior número de apreensões destacam-se a raposa, o sagui e o macaco prego.
Nas feiras livres, os pássaros apreendidos, são comercializados entre R$ 5 e 8,00, o canário belga custa R$ 50. Já os sabiás e graúnas podem chegar a R$ 120 e por serem mais caras, são vendidas por encomenda, não ficando expostas nas feiras livres, tornando mais difícil a apreensão pelo policiamento ambiental. Já as araras são supervalorizadas, chegando a ser comercializadas a R$ 15 mile atraem principalmente criadores estrangeiros.
Fonte: Diário de Natal