(da Redação)
São 5h00 da manhã e a romena Norica Prigoana acorda com a sensação de garganta queimando e problemas respiratórios que não há chá e lenços que possam controlar. Ela se senta na cama e tentar ignorar as dores do corpo que se propagam desde o topo da cabeça até as solas dos pés. Norica arrasta-se para a cozinha, prepara o café da manhã para 18 cães e gatos que estão bocejando e começando a despertar.
Alguns animais estão deitados pacientemente em suas camas, paralisados e incapazes de cumprimentar Norica com nada além de um olhar terno. Seus ombros ainda se agitam e você pode quase sentir o balançar de suas caudas escondidas sob seus corpos. Cada um deles sabe que a comida está chegando e que a surpresa pura de ter refeições regulares ainda não se esgotou.
Uma vez que o grupo em casa está alimentado e cuidado, Norica joga um casaco sobre seus braços e olha para seu marido, Cristian, que está colocando as suas botas. Sem uma palavra, os dois partem para suas rotinas de alimentar cães em situação de rua e cuidar de mais ou menos 50 que estão agora salvos no pequeno centro de resgate mantido pelo casal. E embora a febre comece a se espalhar pelo seu corpo, Norica irá caminhar “através do fogo” para ir ao encontro dos cães que precisam dela. Ela e Cristian começam a erguer enormes sacos de ração em seus ombros e desaparecem pela rua abaixo. As informações são da Care2.
Dois entre muitos protetores que doam suas vidas pelos animais
Norica e Cristian fazem parte de um aglomerado de pessoas que estão em uma linha fina de trincheira entre, de um lado, os cães indesejados da Romênia, e de outro, as autoridades que prometem matá-los. Após uma tragédia terrível no começo deste mês na qual um garoto de 4 anos de idade desacompanhado foi morto por um cão, há uma fila de políticos acotovelando-se uns aos outros para ficar na frente de uma câmera de TV e declarar seu apoio a uma massiva campanha de extermínio aos cães, que tornaram-se alvo de toda a ira. E enquanto a mesma situação há vinte anos atrás não faria com que os políticos se voltassem contra essa população de cães em situação de rua, há agora o que eles chamam de “sede de justiça”, e o ideal da atitude humanitária para com os animais tem simplesmente caído por terra.
Muitos dos cães que Norica resgatou vêm do abrigo público, que equivale a um depósito de animais de um centro de Zoonoses. Não só na Romênia, mas em muitas partes dos Balcãs, estes centros são conhecidos pelo que ocorre dentro deles onde se diz que os cães sofrem demasiadamente. Segundo a reportagem, ou eles ficam no abrigo sem água e comida até que fiquem fracos o suficiente para serem facilmente mortos, ou são deixados em um local árido sem terem as suas necessidades mais básicas atendidas.
Os cães estão estressados e desesperados para ficarem livres”, explica Norica. “Muitos deles estão presos há mais de dois anos nesse ‘inferno público’. Eles nunca haviam estado em condições mais miseráveis que estas, em que o inverno dentro do local é mais forte que fora. Se eles pudessem falar, ficaríamos horrorizados ao saber a verdade de dentro dessas portas de ferro”.
Encontrando esperança nas coisas pequenas
Sob o slogan “Hope for Animals” (“Esperança para os animais”), somente Norica já retirou 160 cães deste centro e levou para o seu próprio abrigo para que tivessem uma completa recuperação física e emocional antes de serem colocados para adoção, na maioria em nível internacional. Como se não bastasse toda a dificuldade que vem passando, ela recebeu uma notificação dando-lhe o prazo de dois meses para deixar o terreno onde seu abrigo funciona, e apesar da promessa da prefeitura em ajudá-la a encontrar um novo espaço, na realidade ela sente que só pode contar consigo mesma.
“Norica passou por 15 cirurgias para tentar corrigir problemas em seus quadris, pernas e pés”, disse a amiga Debbie Evans. “Ela não poderia estar carregando peso ou passando muito tempo de pé, mas ela me disse: ‘estes anjos são minha vida, e eu nunca deixarei de ir até eles’ “.
“Ela é uma inspiração”, continua Debbie. “A seriedade de sua situação, com seu abrigo sob ameaça de despejo e seu temor de não ter para onde ir estão deixando-a abatida e levando-a a perder peso rapidamente. Apesar dos apelos ao Prefeito e à Câmara Municipal, ela é considerada ‘louca’ por querer ajudar estes cães com os quais ‘não ganha nada com isso’ “.
Nova Missão: “A esperança é a única abelha que produz mel sem flores” – Robert Ingersoll
Um turbilhão de apoio está começando a tomar forma não só por Norica e Cristian como também por muitos outros como eles que estão fazendo verdadeiras manobras diante de obstáculos de grande magnitude. Tem havido uma preocupação particular por parte deles em preparar os animais para o impacto do inverno nas ruas e nos abrigos sem a mínima condição.
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