Mufasa, um leão da montanha, viveu 20 anos de sua vida acorrentado na traseira da caminhonete de um circo que o explorava como entretenimento humano em vilas isoladas no Peru, mesmo após o país ter proibido a exploração de animais em circo. Mufasa permaneceu preso e quase sem esperanças de que um dia poderia viver em liberdade, até o dia em que a Animal Defenders International finalmente conseguiu resgatá-lo e libertá-lo de suas correntes.
A grande luta começou no início de 2015, quando autoridades da vida selvagem e a Animal Defenders International receberam uma informação de que o circo Koreander explorava animais selvagens em suas apresentações que ocorriam quase sempre em locais mais isolados, como no norte do Peru.
A equipe de resgate foi liderada por Jan Creamer, presidente da ADI, que juntamente com policiais e agentes da vida selvagem elaboraram um ataque surpresa a fim de surpreender o circo e resgatar o animal. Depois de quase oito horas de negociações, o leão foi finalmente resgatado. “Foi doloroso ver Mufasa acorrentado entre os equipamentos de circo, morando na traseira de uma caminhonete. Um cinto e correntes pesadas estavam enroladas em seu corpo e quando as cortamos ele se espreguiçou pela primeira vez. É mágico vê-lo entrando e saindo das árvores em seu próprio pedaço de floresta protegida. Mufasa foi arrancado da natureza e suportou a pior vida possível”, contou Jan Creamer.
Após o resgate, o leão foi encaminhado para o centro Spirit of Freedom, da ADI, localizado em Lima, onde passou por uma reabilitação e procedimentos médicos para melhorar sua saúde. Quando estava recuperado e pronto para retornar à natureza, Mufasa fez uma viagem de três dias até a Reserva Ecológica Taricaya, na floresta amazônica, onde se juntou a vários outros animais que também foram resgatados em situação semelhante e pode enfim viver em liberdade pela primeira vez.
Infelizmente, o leão Mufasa aproveitou pouco de sua liberdade. Por ter passado 20 anos de sua vida acorrentado e servindo como entretenimento humano em um circo, ele possuía sérios problemas de saúde, como insuficiência renal e problemas relacionados a própria idade, o que levou ao seu falecimento em dezembro de 2015. “Estamos tão tristes que ele não tenha desfrutado de mais tempo em seu habitat florestal, mas a verdadeira tragédia teria sido se ele nunca tivesse experimentado essa liberdade”, declarou a ADI em um comunicado em sua página oficial.
Nota da Redação: Zoológicos, circos e outros locais que aprisionam animais devem ser completamente extintos. Histórias como a do leão Mufasa servem para alertar a população mundial sobre a injustiça e crueldade escondida atrás de locais que mantêm animais em cativeiro apenas para entretenimento humano. É preciso expandir a consciência para entender e respeitar os direitos animais. Seres vivos não são objetos para serem expostos e servirem ao prazer dos humanos. As pessoas podem obter alguns minutos de entretenimento, mas para eles é uma vida inteira de exploração e abusos por conta do egoísmo humano.
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