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NOVA MENTALIDADE

"A democratização do veganismo acontece pela popularização da comida saudável", diz Angélica Perez, fundadora da Casa da Coxinha Vegana

15 de dezembro de 2023
3 min. de leitura
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Foto: Divulgação

É difícil encontrar um brasileiro que não se derreta por uma coxinha, não é mesmo? Praticamente patrimônio cultural do nosso país, o salgado vêm passando por atualizações para deliciar também a vida de vegetarianos e veganos. Há 10 anos a empreendedora paulistana Angélica Perez tem contribuído para a abertura deste caminho com a Casa da Coxinha Vegana, empresa que busca repassar o afeto das nossas memórias culinárias por meio de coxinhas e de outros salgados artesanais e veganos, livres de crueldade humana e animal.

A história começa pela influência de sua avó, que a visitava quando criança para fazer coxinha juntas. Já adulta, vegana e militante na causa de proteção animal, Angélica decidiu unir suas duas paixões e criar suas próprias receitas de coxinha vegana. “Em 2014, eu trabalhava na ONG Associação Natureza em Forma e realizamos o Festival da Coxinha Vegana para levantar recursos para a causa e foi um grande sucesso. Quando acabou, quis continuar no ramo, principalmente, porque, como amante de coxinha, não encontrava tantas opções veganas”, comenta a empreendedora.

A partir dessa demanda por salgados veganos, principalmente na periferia de São Paulo, Angélica encontrou um propósito e uma oportunidade que caminhavam de mãos dadas. “Quem é vegano sabe como é chato estar em um evento e não ter opções gostosas para você. Por isso, espero que tanto veganos como não-veganos possam desfrutar da experiência de comer esses salgados. O visual é muito importante, é ele que vai atrair os públicos mais diversos. Faço meus salgados esperando que eles sejam desejáveis, com bastante recheio e que todos os temperos sejam sentidos”, enfatiza. Os sabores mais cobiçados são o de jaca verde, cogumelo, calabresa vegana e palmito cremoso.

O negócio, que começou pela busca de oferecer afeto e sabor em salgados veganos, quebrou paradigmas e, hoje, funciona com fábrica própria. “Tive que vencer meu medo de empreender e de fazer as coisas sozinha, ainda mais no mercado vegano. Percebi que essa dor não era só minha e foi isso que fez o negócio crescer tanto a ponto de precisarmos de uma fábrica. Quando meu foco ainda era no B2C, eu era procurada por inúmeras empresas que desejavam trabalhar com a Casa da Coxinha Vegana. Entendi que o negócio precisava expandir”, revela Angélica.

A empresa faz distribuição em eventos, pousadas e empórios na cidade de São Paulo, no interior do estado e no litoral, sul e norte. “Ainda trabalhamos com o consumidor final, mas nosso foco está na distribuição, pois precisamos de volume. Queremos ser uma solução para os mais variados públicos. Acredito que a democratização do veganismo só vai acontecer por meio da popularização da comida saudável e isso requer investimento em massa e acesso à informação. Já sabemos do investimento massivo nos industrializados, agora é hora de mudar este cenário”, conclui.

Em relação à democratização, a empreendedora acredita na importância de garantir que alimentos práticos e saudáveis cheguem a todos. “A maioria das pessoas não tem nem tempo para pensar no que elas vão comer; estão no modo sobrevivência. Como ela vai considerar uma alimentação saudável se ela não tem tempo para nada? Precisamos tratar das pessoas de forma responsável e humana, olhando para suas condições de acesso a alimentos de verdade. Isso só vai acontecer por meio de um movimento em massa e do interesse político de garantir que as pessoas comam de forma mais saudável”, constata a empreendedora.

Fonte: Um Só Planeta

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