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COMPAIXÃO

A cura que vem do amor e do cuidado

Quando somos escolhidos a cuidar de um animal em condição crônica ou terminal é evidente que todos os envolvidos de tutores, protetores a médicos veterinários são predestinados a encontrar não a cura física daquele sofrimento, mas transformar este sofrimento em entrega de amor ao próximo e exercício diário da compaixão

5 de setembro de 2022
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Coragem, cão que viveu na Anjos de Patas em cuidados paliativos por três anos. Foto: Arquivo pessoal

Quando um cão tem uma doença crônica e incurável, começamos a nos questionar sobre a qualidade e o tempo de vida dele.

“O alívio do sofrimento, a compaixão pelo paciente e seus familiares, o controle impecável dos sintomas e da dor, a busca pela autonomia e pela manutenção de uma vida ativa enquanto ela durar: esses são alguns dos princípios dos Cuidados Paliativos que, finalmente, começam a ser reconhecidos em todas as esferas da sociedade brasileira”.

Os Cuidados Paliativos foram definidos pela Organização Mundial de Saúde em 2002 como uma abordagem ou tratamento que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida. Para tanto, é necessário avaliar e controlar de forma impecável não somente a dor, mas, todos os sintomas de natureza física, social, emocional e espiritual.

O profissional médico veterinário envolvido em cuidados paliativos deve ser dotado além de capacidade técnica, mas habilidades humanas importantes como a habilidade de escuta, a solidariedade e a disponibilidade para este paciente. O olhar profissional deve ser direcionado para uma comunicação amorosa e assertiva com os tutores. Importante se faz o esclarecimento a estes tutores e o ajuste das expectativas para a compreensão real que este cuidado é para fornecer qualidade de vida tanto para o paciente quanto para o tutor.

No âmbito profissional também é importante que o profissional esteja dotado dos melhores recursos para um bom manejo de dor do seu paciente, e as angústias emocionais do momento e ter sempre a compreensão de que de que a prática profissional é limitada dando lugar às práticas de cuidado e amparo até a finitude da vida.

Quando um animal não humano se encontra nesse quadro de cuidados paliativos no contexto de um abrigo de proteção animal, ele também precisa do apoio dos voluntários e do comprometimento da sociedade para garantia de seu bem-estar. É necessário que nos contextos dos abrigos, estes estejam preparados para o acolhimento individual do animal em condição crônica ou terminal e promover todo seu amparo de saúde, alimentar e de conforto necessários.

Quando somos escolhidos a cuidar de um animal em condição crônica ou terminal é evidente que todos os envolvidos de tutores, protetores a médicos veterinários são predestinados a encontrar não a cura física daquele sofrimento, mas transformar este sofrimento em entrega de amor ao próximo e exercício diário da compaixão.

Fonte: O Alfenense

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