A ave selvagem “mais velha” nos registros ornitológicos dos Estados Unidos, uma albatroz-de-laysan chamada Wisdom, voltou a ser mãe e foi avistada com uma cria. As autoridades estimam que a ave tenha mais de 60 anos.
Wisdom, da espécie Phoebastria immutabilis, foi avistada há poucas semanas com uma cria no Refúgio Selvagem nacional do Atol Midway, no Pacífico, por John Klavitter, biólogo do Serviço norte-americano de Pesca e Vida Selvagem e responsável por aquela área protegida.
A história conhecida desta ave começou em 1956, quando o investigador Chandler Robbins, do U.S. Geological Survey, lhe pôs uma anilha. O animal deveria ter então cinco anos. Chandler voltou a encontrar este albatroz em 2001.
“Ela parece estar fantástica”, comentou Bruce Peterjohn, responsável pelo programa de anilhagem das aves da América do Norte. “Agora, é a ave selvagem mais velha de que temos registros”, acrescentou. “Saber que, aos 60 anos de idade, ela ainda pode dar à luz e criar os seus filhotes s é algo que me deixa sem palavras”, salientou, em comunicado.
Peterjohn estima que a ave terá dado à luz a pelo menos 30 crias durante a sua idade reprodutora. Os albatrozes, que se mantêm fiéis aos seus companheiros durante toda a vida, põem apenas um ovo por ano.
Outro dado impressionante são os quilômetros que Wisdom já terá voado desde que foi anilhada, uma distância que Peterjohn estima corresponder a quatro ou seis viagens de ida e volta da Terra à Lua.
A Phoebastria immutabilis – espécie classificada como Quase Ameaçada – nidifica em 16 locais, a maioria na cadeia de ilhas do Havaí, com pequenas colônias no Japão e México, segundo dados da Birdlife International. A maior colónia situa-se no Atol Midway.
Nove das 21 espécies de albatrozes estão ameaçadas de extinção, segundo a lista vermelha da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza). As maiores ameaças a estas aves incluem artes de pesca intensiva, espécies invasoras (como ratos e gatos selvagens que são predadores das crias de albatroz) e a poluição que flutua no mar. “As aves ingerem grandes quantidades de lixo no mar. Estima-se que, sem o saberem, os progenitores deem às suas crias cinco toneladas de plásticos”, segundo o US Geological Survey, em comunicado.
Fonte: Ecosfera