Por Marcela Couto (da Redação)
800.000 galinhas morreram em um incêndio no Texas esta semana, embora a maioria das manchetes tenha demonstrado a preocupação apenas com os “danos” causados à produção de ovos da granja Cal-Maine.
“Tivemos muita sorte que o fogo aconteceu no final do expediente e ninguém ficou ferido” declarou o Chefe Executivo Fred Adams na Sexta-Feira.
Se uma única pessoa tivesse sofrido ferimentos, seria uma tragédia. Mas 800.000 galinhas desesperadas queimando vivas? Isso não é nada. Para completar, além da empresa estar livre de preocupações acerca do bem-estar de seus funcionários, ainda não terá muito com que se preocupar a respeito da situação financeira:
“A empresa prevê um impacto financeiro mínimo nas operações devido à cobertura do seguro, e não há riscos para os consumidores.”
Apesar de tudo, a granja atingida representa apenas 4% da produção da Cal-Maine, embora aves sejam exploradas, abusadas e mortas para produzir ovos ou “carne” em números assustadores.
Estes incêndios são comuns. Alguns dias atrás foram publicadas manchetes como “25,000 mortos, mas “ninguém” se machucou” e “Milhares de aves queimam vivas”, referentes ao incêndio que matou 25.000 aves nos EUA.
Os incêndios continuarão acontecendo, milhares e até mesmo milhões de animais morrem em meio a chamas e fumaça, a maioria das pessoas nunca ouvirá falar sobre suas mortes. 25.000 morrem em um incêndio ali, 800.000 em outro aqui, são números extraordinários, mas não são nada comparados ao número de animais mortos em abatedouros: bilhões deles.
A imprensa também prossegue desprezando os animais, a última manchete do Texas diz: “Chamas fritam produção de ovos no Texas”. Um claro tom jocoso foi aplicado, mesmo quando se trata da morte agonizante de milhares de criaturas cujos direitos são violados.
Com informações de Animal Rights/ Foto por freemanwicklund.org