Pesquisadores da Radboud University, na Holanda, e seus colegas mediram a biomassa de insetos voadores que ficaram presos em 63 reservas naturais na Alemanha desde 1989.
Eles ficaram horrorizados ao descobrir que a biomassa total diminuiu drasticamente ao longo dos 27 anos do estudo, com um declínio sazonal de 76% e uma queda de 82% no verão, quando o número de insetos tende a atingir um pico.
Segundo a AFP, ainda que pesquisas anteriores tenham revelado e desaparecimento de borboletas e vírus na Europa e América do Norte, o estudo atual é o primeiro a documentar que os insetos voadores em geral diminuíram.
O motivo por trás do declínio da população não está claro. “Mudanças no clima, na paisagem e na variedade vegetal nessas áreas são incapazes de explicar isso. O tempo explicar diversas flutuações na temporada, mas não explica a rápida tendência descendente”, disseram os especialistas.
“Todas essas áreas são protegidas e a maioria delas é uma reserva natural gerenciada. Porém, ocorreu esse declínio dramático”, declarou Caspar Hallmann, pesquisador da Radboud University.
A maioria das 63 reservas naturais no estudo é cercada por propriedades agrícolas, o que significa que o uso de pesticidas pode ter prejudicado os insetos, informa o Ecowatch.
“Essas áreas do entorno afetam insetos voadores e eles não podem sobreviver ali.É possível que essas áreas atuem como uma ‘armadilha ecológica’ e prejudiquem as populações nas reservas naturais”, afirmou Hallmann.
Os pesquisadores ficaram alarmados com as descobertas, já que insetos são polinizadores importantes e fornecem alimentos para animais maiores e outras criaturas.
“Como ecossistemas inteiros dependem de insetos para a alimentação e como polinizadores, mal conseguimos imaginar o que aconteceria se essa tendência descendente permanecesse inalterada”, ressaltou Hans de Kroon, da Radboud University.
Os pesquisadores esperam que seu estudo promova uma mobilização por mais pesquisas e medidas de proteção para os insetos.