Negando as evidências científicas, a administração de Trump desenvolveu um plano estratégico de quatro anos para a Agência de Proteção Ambiental dos EUA que não menciona as “emissões de gases de efeito estufa”, “dióxido de carbono” ou “mudança climática” nas suas 48 páginas.
Rachel Cleetus, economista e gerente de política climática Union of Concerned Scientists, descreveu essa ignorância como “estarrecedora”.
“Isso não foi um descuido. Esta é uma estratégia deliberada por esta administração”, disse.
Porém, o repúdio do presidente Trump ao Acordo de Paris de 2015, feito para combater o aquecimento global, e sua recusa em reconhecer qualquer relação entre os eventos climáticos recentes e as mudanças climáticas, parece ter tornado o mundo ainda mais determinado a abordar o tema.
Antes da conferência sobre mudanças climáticas na Alemanha, em Novembro, três dos nomes mais importantes da ONU quanto ao tema, emitiram uma declaração pedindo aos líderes mundiais que observem a recente onda de desastres como um “sinal chocante das coisas que virão”.
Em uma declaração conjunta, Achim Steiner, administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Patricia Espinosa, secretária executiva da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e Robert Glasser, representante especial do secretário-geral da ONU para a diminuição de risco de desastres e chefe do Escritório da ONU para Redução do Risco de Desastres, disse que os eventos dos últimos meses foram um lembrete de que as mudanças climáticas ameaçam desastres mais constantes e graves do que os testemunhados.
Os três funcionários enfatizam que ocorrem inúmeros outros eventos climáticos extremos que não receberam a publicidade dada aos furacões no Caribe e nos EUA, segundo o Ecowatch.
“As inundações recordes em Bangladesh, Índia e no Nepal tornaram a vida de cerca de 40 milhões de pessoas miserável. Mais de 1.200 pessoas faleceram e muitas pessoas perderam suas casas, as plantações foram destruídas e muitos locais de trabalho foram inundados. Enquanto isso, na África, durante os últimos 18 meses, 20 países declararam emergências de seca”, disseram.
Segundo eles, a Conferência Climática da ONU oferecerá uma excelente oportunidade para acelerar as reduções das emissões de carbono e integrar a gestão do risco climático ao controle dos riscos de desastres.