Todos os anos, as geleiras da Terra desaparecem um pouco mais. Alguns dos majestosos pilares de gelo podem desaparecer completamente sem deixar traços de sua existência.
Uma equipe internacional de cientistas quer assegurar que pelo menos algumas partes dessas geleiras sejam preservadas para serem estudadas pelas gerações futuras. Por isso, o Projeto Memória do Gelo irá preservar núcleos de gelo das geleiras ameaçadas em um santuário na Antártida.
“Nas próximas décadas, ou mesmo nos próximos séculos, essas amostras serão inestimáveis – seja para descobertas científicas sem precedentes ou para compreender as mudanças locais no meio ambiente. Este projeto tem todo o meu apoio”, disse o ganhador do Prêmio Nobel da Paz e climatologista Jean Jouzel em seu site.
O projeto foi iniciado em 2015 por glaciólogos franceses e italianos. Após provarem sua viabilidade durante uma corrida em 2016 em Mont Blanc, nos Alpes franceses, a equipe está pronta realizar outra expedição de campo para coletar mais amostras, informou o Nature World News.
Juntamente com cientistas do Brasil, Bolívia e Rússia, o grupo embarcará em uma missão para perfurar e obter três amostras principais da segunda maior montanha da Bolívia, Illimani, nesta semana.
Após a expedição, uma das três amostras será enviada para Grenoble, na França, para observação. As outras duas serão enviadas para uma “caverna de neve” em Concordia, uma estação de pesquisa na Antártida.
A Antártica é o melhor local para armazenar dados e materiais científicos devido às temperaturas congelantes que podem preservá-los e protegê-los.
A preservação de amostras de geleiras não polares é importante para registrar mudanças no clima e condições atmosféricas, fornecendo aos cientistas um vislumbre dos climas de ambientes antigos.
Recentemente, os cientistas disseram que os Estados Unidos perderão todas as suas geleiras dentro de apenas algumas décadas. O aquecimento global já destruiu um pedaço considerável do famoso Glacier National Park.