Um novo estudo realizado pela Universidade de Exeter revelou que o aquecimento global causado pelas mudanças climáticas está lentamente fazendo com que a Península Antártica se torne um lugar mais verde.
A pesquisa, publicada na revista Current Biology, mostrou que o crescimento e o acúmulo de musgo no continente têm apresentado uma tendência crescente nos últimos 50 anos, de um milímetro por ano para três milímetros por ano.
“A sensibilidade do crescimento do musgo a aumentos de temperatura anteriores sugere que os ecossistemas serão alterados rapidamente durante o aquecimento futuro, gerando grandes mudanças na biologia e paisagem desta região icônica. Em síntese, poderíamos ver a Antártida mais verde paralelamente a observações bem estabelecidas no Ártico”, disse o principal autor Dan Charman, de acordo com Nacional Geographic.
Os pesquisadores coletaram amostras de musgo em três áreas em uma faixa de mais de 500 quilômetros da Península Antártica.
Devido à localização da península, que está na parte mais setentrional do continente antártico, está é uma das primeiras áreas da região a mostrar evidências da mudança dos padrões climáticos, informou o Nature World News.
Foi descoberto que as duas espécies dominantes nos bancos de musgo cresceram um milímetro ou menos por ano até cerca de 50 anos atrás. No entanto, o crescimento de musgo aumentou significativamente desde então, chegando a até três milímetros ou mais a cada ano.
Além do crescimento e da acumulação de musgo, os especialistas também notaram um crescimento na atividade microbiana e na acumulação de isótopos de carbono. Uma tendência ascendente da acumulação de isótopos de carbono é uma indicação clara de aumento da atividade fotossintética na área.
A tendência de crescimento e acumulação de musgo é consistentemente ascendente mesmo em áreas distantes, indicando que a razão do influxo no crescimento e acumulação de musgo é muito dispersa e não está isolada em uma única região.
A Antártida é e sempre foi um lugar frio e remoto. Os cientistas já descobriram samambaias antigas, pinheiros e ginkgoes da Era Cretácea, sugerindo que o continente mais ao sul foi anteriormente um lugar acolhedor para plantas e animais.
Por isso, os pesquisadores do novo estudo ponderam que a ecologização da região representa um retrocesso.