Araras, pica-paus, papagaios e tucanos-tocos, de bico verde e de bico preto, além de tirivas e araçaris. Aves relacionadas em lista de extinção, sem origem legal, com documentações irregulares e mantidas em local inadequado. Este foi o saldo de uma diligência realizada pelo Ibama na região do Alto Vale de Santa Catarina, durante a Operação Bico Solto. O órgão federal contou com o apoio da Polícia Federal e da Polícia Militar Ambiental.
Os bichos eram mantidos em um grande criadouro de pássaros. O proprietário do local foi preso em flagrante, teve todas as aves recolhidas pelo Ibama e pagará multa de R$ 216 mil. Os animais eram vendidos pela internet.
Pouco depois desta primeira ocorrência, o órgão federal embargou o maior criadouro comercial de aves silvestres da região. A analista ambiental Gabriela Breda, coordenadora da Operação Bico Solto, listou uma série de irregularidades cometidas pelo proprietário por meio da averiguação da documentação e visitas de rotina.
“A partir da nossa última visita, ele foi oficiado de que não poderia vender nenhum animal de seu plantel ou comprar outros animais até que o Ibama decidisse sua situação, já que havia muitas irregularidades em seu criadouro. Mas, quando lá chegamos para fazer o embargo do estabelecimento e o recolhimento dos animais, muitos já haviam sido vendidos, inclusive espécimes de origem ilegal”, disse.
A destinação dos animais apreendidos será zoológicos e criadouros credenciados pelo Ibama, na região do Alto Vale de Santa Catarina e de Florianópolis. O Ibama lavrou quatro autos de infração, resultando um total de R$ 892 mil em multas e o responsável pelo criadouro comercial ainda terá de responder na Justiça Federal pelos atos ilícitos cometidos.
Gabriela Breda alerta para que as pessoas não comprem animais silvestres sem procedência, pois isso é crime. “Muitas vezes, as pessoas não sabem que estão cometendo um crime ambiental ao comprar animais silvestres sem procedência. Ficam encantadas com a beleza dos bichos e se esquecem de pedir a Nota Fiscal, por exemplo. É importante que exigir a documentação de procedência e consultar o Ibama para saber se o criadouro é credenciado pelo órgão. Ter em cativeiro animais silvestres sem procedência é crime”, ressaltou.
Fonte: EPTV
Nota da Redação: Prender um animal silvestre e tirá-lo o direito de viver em seu habitat já é sinal de maus-tratos, independentemente de como seja tratado e de ter ou não nota fiscal. Além disso, o tráfico de animais só ocorre estimulado pelo comércio “legal”.