Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Anti-vivisseccionistas criticaram a “cruel” e “falha” criação dos primeiros macacos autistas do mundo. Cientistas na China modificaram geneticamente oito macacos para carregarem um gene ligado ao autismo em humanos. As informações são do The Huffington Post UK.
De acordo com a revista de ciência Nature, os pesquisadores disseram que os animais começaram a mostrar sinais da doença, incluindo correr “obsessivamente em círculos”, ignorar seus colegas e grunhir ansiosamente quando encarados.
Até agora, as investigações sobre o autismo têm explorado predominantemente camundongos e ratos.
O principal cientista, Dr. Qiu Zilong, do Instituto de Neurociências da Academia Chinesa de Ciências, disse em uma coletiva de imprensa: “O modelo do rato não é próximo o suficiente. Não há escolha. Temos que ir para uma espécie de primatas não-humanos.”
Mas o estudo tem sido criticado pelo grupo de campanha anti-vivissecção, Cruelty Free International, que disse que não só a pesquisa tem probabilidade de falhar, mas também provoca um enorme sofrimento para os macacos.
“O autismo é uma desordem complexa e as causas genéticas estão longes de ser claras”, afirmou Dr Katy Taylor, diretora de ciência da Cruelty Free International
“As tentativas de explorar macacos para modelar doenças humanas são, ao nosso ver, falhas e improváveis de ter sucesso”, disse.
“Enquanto você pode ser capaz de alterar um ou dois genes, você não pode superar as enormes diferenças entre nós e outros primatas não humanos em outras áreas, incluindo a expressão do gene. Também é cruel; vários macacos neste recente trabalho ficaram muito doentes e foram mortos”, explica Taylor.
“Em vez de desenvolver técnicas que possam levar a um aumento na exploração de macacos em pesquisas, os cientistas deviam concentrar seus esforços no desenvolvimento de abordagens mais relevantes para humanos.”
A equipe de pesquisadores deu o gene MECP2 – pensado a ser ligado ao autismo em humanos – para dezenas de óvulos de macacos, que foram fertilizados in vitro.
Os animais nasceram de fêmeas fertilizadas e foram estudados à medida que eles cresciam.
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