Por Juliana Meirelles (da Redação)
Os protestos públicos e os relatos da mídia sobre a falta de funcionários qualificados, que causou a morte de algumas espécies em extinção e os contínuos maus-tratos aos animais no Zoo Marghazar, no Paquistão, finalmente chamou a atenção das autoridades civis. As informações são do Express Tribune.
A Autoridade de Desenvolvimento da Capital (CDA) escreveu para a Divisão de Assuntos Econômicos (EAD), solicitando que tomem providências para treinar funcionários da agência civil para exercem funções no Marghazar Zoo, também conhecido como Jardim Zoológicfo de Islamabad.
De acordo com o conteúdo da carta, que foi aprovado pela Presidente da CDA Nadeem Hasan Asif, ajuda foi solicitada para áreas como a saúde animal e medicamentos veterinários, jardim zoológico e manejo animal, nutrição animal, segurança pública e conservação da vida selvagem.
O Programa de Assistência Técnica do EAD recebe, processa e coordena vários pedidos do governo federal e estaduais que buscam treinamento de seus funcionários.
O treinamento foi concebido para melhorar e ensinar a capacitação e desenvolvimento de recursos humanos, entre outros conhecimentos técnicos.
Um alto funcionário da área de Meio Ambiente da CDA – que administra os negócios do Islamabad Zoo – enquanto falava com o The Express Tribune lamentou a falta de uma lei que mantenha animais silvestres em instalações administradas pelo governo.
“A ausência de uma legislação adequada dificulta a formação de normas relativas à manutenção de animais em zoológicos de todo o país. Sem isso, não se pode questionar as autoridades ou os cuidadores de animais que tomam conta dessas instalações”, acrescentou.
Para agravar o problema, os animais no Zoo Islamabad não têm acesso a nutricionistas que podem garantir o seu bem-estar.
“Cada animal segue uma dieta equilibrada de acordo com a sua idade, as suas necessidades e as condições de tempo, enquanto que os animais doentes ou feridos devem ter dietas especiais. Essa responsabilidade é dos nutricionistas, que estão em falta no zoológico”, disse um funcionário.
A administração do zoológico conta com gráficos baixados para a dieta de diferentes animais devido à escassez, acrescentou.
O Islamabad Zoo foi inaugurado em 1978 e ocupa uma área de 82 acres. O zoológico abriga 68 espécies de animais, a maioria dos quais são mamíferos, e emprega mais de 100 funcionários. Em 2008, a CDA elaborou um plano para expandir o zoológico, mas continua a ser apenas isso.
Procurada, um funcionário da área de Meio Ambiente da CDA alegou que o estado do zoológico reflete o estado geral de outros departamentos governamentais.
Ele disse que a agência cívica recentemente formou um Comitê Consultivo do Zoológico em saúde animal, que tem a representação do setor privado, das organizações de bem-estar animal e da CDA.
No decorrer deste ano, diversas aves e mamíferos morreram devido à apatia dos cuidadores. Em junho, um jovem veado Uryal morreu depois de ter sua perna fraturada por não ter sido segurado direito ao ser transferido para outra gaiola.
Durante o mesmo mês, foi relatado que mais de 60 aves morreram quando chacais conseguiram entrar em sua gaiola. “Um vigia noturno foi suspenso das suas funções, mas o caso foi posteriormente fechado”, disse um funcionário do zoológico. A morte de um macaco também foi relatada este ano.
“A gravidade pode ser medida pelo fato de que, quando um animal morre no zoológico, eles nem sequer se preocupam em arranjar um substituto”, acrescentou o funcionário.
Nota da Redação: Como já dito na ANDA em diversas matérias, o zoológico é uma prisão para os animais. É o lugar onde são expostos para a diversão alheia, colocados em cubículos, onde qualquer forma de vida digna não é possível. Por ser, também, um local que tem como o objetivo somente o lucro, a diminuição de custos se torna um imperativo (e por diminuição de custos, podemos colocar todo o tratamento medíocre fornecido aos animais e o péssimo treinamento dos funcionários). Não há como um animal ter uma vida digna, ter qualidade de vida, dentro de um zoológico.
