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Mais de 3.100 animais foram mortos por caçadores de troféus no último ano

17 de outubro de 2015
3 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A morte do leão Cecil causou indignação ao redor do globo, mas Walter Palmer é só mais um dos caçadores que perseguem animais selvagens.

De acordo com a Human Society, mais de 3.100 animais foram mortos e importados para os Estados Unidos por caçadores de troféus, só em 2014.

O relatório Trophy Madness (Troféu Loucura, em português) revela a matança do Safari Club International (SCI), um grupo de caça com sede em Arizona (EUA) que incentiva a destruição da vida selvagem.

A pesquisa utilizou os próprios registros do SCI, em que os membros documentam suas caças, muitas vezes com fotografias sorridentes sobre os animais cujas vidas eles tiraram.

O grupo oferece aos seus membros a oportunidade de competir uns com os outros para ganhar cerca de 50 premiações, tais como o “Grand Slam Cats of the World” (em que um caçador deve matar quatro felinos entre leões, leopardos, chitas, onças-pintada, pumas e linces). Há categorias como essa para ursos, antílopes africanos, ovelhas selvagens, ibexes, alces e outros animais. As competições incluem desde matar um certo número de animais em um determinado continente até usar “métodos alternativos”, como uma arma ou um arco e flecha.

Para garantir um lugar na lista de pessoas que já atingiram o African Big Five Grand Slam, os caçadores devem matar um elefante, um rinoceronte, um leão, um leopardo e um búfalo-do-cabo. Entre os mais de 3.100 animais mortos e importados para os EUA em 2014, estavam 741 leões, 311 leopardos, 1,412 búfalos-do-cabo, 671 elefantes e 32 rinocerontes.

Se multiplicarmos esses números ao longo de um período de 10 anos ou mais, percebemos o massacre que os caçadores têm provocado.

A maior premiação do SCI é o World Hunting Award. Para alcançá-la, o caçador deve ter conseguido condecorações em 30 categorias de premiação mais baixas – o que exige um enfoque na matança de animais de espécies específicas em diferentes locais do mundo.

O relatório da Human Society analisa alguns dos caçadores mais obcecados e dedicados do SCI, o “um por cento” de seus membros que ganharam o prêmio mais visado – o World Hunting Award, cuja a recompensa é um anel feito de ouro, diamante e ônix.

Estes assassinos gastam décadas e muitos milhões de dólares adquirindo suas “coleções” de cadáveres. Um deles entrou com um processo contra o guia de um safari africano por ele não ter filmado “adequadamente” sua matança. Outro matou sozinho pelo menos 18 leões.

Para ganhar as premiações, os caçadores chegam a atrair animais para fora dos limites de parques protegidos, como Walter Palmer fez com Cecil, e matam até mesmo leões em cativeiro.

O documentário Blood Lions revela empresas na África do Sul que reproduzem leões em cativeiro só para oferecê-los como troféus por milhares de dólares. Esta indústria cruel cresce com a ajuda de caçadores americanos: dos 5.647 leões importados para os EUA como troféus ao longo dos últimos dez anos, 1.558 eram leões de cativeiros.

Os caçadores deixam um rastro de destruição e sangue por onde passam. É preciso parar com esse massacre.

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