Após divulgar que teria recuperado beagle que estava à venda em um falso anúncio na internet, o Instituto Royal informou na noite desta segunda-feira (28) que o cão que foi resgatado não é o mesmo do anúncio. A empresa chegou ao animal por meio de informações obtidas em redes sociais. “O Instituto Royal esclarece que, diferentemente do anteriormente divulgado, as informações que possibilitaram a captura do beagle foram obtidas em redes sociais, e não por meio do site [de vendas]”, informa o laboratório, em nota oficia. Mesmo não sendo o cão que estava à venda, o instituto afirma que o beagle capturado é um dos 178 resgatados durante a invasão ao laboratório, em São Roque (SP).
Identificação do beagle
Além da nota oficial, a assessoria de imprensa do Instituto Royal também enviou um vídeo que mostra o momento da captura do beagle e a identificação do animal como sendo do laboratório de São Roque, através da detecção do chip implantado no beagle.
Em entrevista, o empresário que estava com o beagle resgatado do Instituto Royal afirmou que jamais colocou o animal à venda em site de compras e que nem sequer conhecia o laboratório de pesquisas.
O homem, que pediu para não ter o nome divulgado, informou que o beagle era bem tratado pela família, que até recebeu um nome: ‘Sir Willians’, e pede o animal de volta. “Eu tenho condições de cuidar dele até esse processo acabar. Ele já estava integrado [com a família]. Não foi correto o que foi feito”, relata o empresário.
O homem chegou a divulgar uma montagem de uma foto do cão que estava com ele com a imagem do anúncio no site, onde o beagle era vendido por R$ 2,7 mil, ressaltando a diferença entre os dois animais.
Alvará suspenso
A Prefeitura de São Roque suspendeu na tarde da sexta-feira (25) o alvará de funcionamento do Instituto Royal por 60 dias. Segundo o prefeito Daniel de Oliveira Costa, a suspensão foi decretada depois que ele recebeu documentos da comissão de deputados federais que investiga o caso.
O caso dos beagles ganhou repercussão depois que mais de 100 pessoas invadiram o Instituto Royal na madrugada do dia 18 de outubro e retiraram 178 beagles e sete coelhos usados em testes de produtos farmacêuticos. Os ativistas denunciam que os animais sofriam maus-tratos no laboratório.
O Ministério Público investiga o Instituto Royal desde 2012, quando os testes com animais levantaram suspeitas de maus-tratos.
Fonte: G1