Por Bruna Araújo (da Redação)
O Deputado Federal Capitão Augusto (PR) eleito em São Paulo, SP, em 2014 apresentou esse mês um projeto de lei que considera rodeios e outras atividades envolvendo exploração animal patrimônios imateriais em todo território nacional. O projeto inclui ainda montarias, provas de laço, apartação, bulldog, provas de rédeas, provas dos Três Tambores, Team Penning e Work Penning, vaquejada, paleteadas e outras provas consideradas “típicas”.
O PL que representa um grande retrocesso vai de encontro à tendência mundial de abolir práticas cruéis e exploratórias segue em tramitação na Câmara.
Rodeios, vaquejadas e afins são atividades que infligem aos animais grande dor e estresse. Os maus-tratos cometidos em rodeios são denunciados em todo país por ativistas dos direitos animais. O MP de várias cidades já proibiu a realização de rodeios em diversas cidades. Durante as provas, os animais são agredidos, eletrocutados e perfurados para se tornarem mais reativos e agressivos. Os rodeios costumam provocar nos animais graves consequências emocionais e físicas, como fraturas, paralisias de membros e muitas vezes a morte.
O site Vote na Web criou uma votação informal sobre o projeto de lei que considera o rodeio como patrimônio material brasileiro, lamentavelmente 66% dos votantes se mostra favorável à atividade, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, mas nos comentários da postagem o clima é de revolta e indignação em relação à proposta. “Quem é favorável a rodeios e afins deveria se dispor a ficar no lugar de touros e cavalos. Fique de quatro, deixem alguém montar em suas costas, apertar suas bolas e enfiar as esporas em você. Aí sim será um esporte admirável, em que todos os participantes concordam em praticá-lo e em que nenhum animal é forçado a fazer o que não quer”, comenta um internauta.
Nota da Redação: É lamentável que o parlamentar Capitão Augusto tenha apresentado essa proposta anti-ética que se contrapõem ao avanço do reconhecimento e respeito aos direitos animais no Brasil. Aprovar um PL que estimula maus-tratos e crueldade contra seres sencientes e indefesos seria um grande retrocesso no Brasil. Sofrimento e exploração não é e nunca deverá ser aceito como um esporte.