Segundo o WWF, cerca de 1.000 novas espécies foram descobertas entre 1997 e 2007 na região
Um macaco com topete ao estilo Elvis Presley e uma salamandra psicodélica são algumas das 208 novas espécies descobertas no ano passado pelos cientistas na região asiática do Grande Mekong, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira.
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) informou em comunicado que as descobertas ilustram a rica diversidade da região, mas também apontou os perigos de sobrevivência das espécies pelo desmatamento e caça furtiva.
“Enquanto estas espécies são novas para a ciência, muitas estão já sendo servidas como jantar, lutando para sobreviver em um habitat cada vez mais reduzido ou à beira da extinção”, advertiu Stuart Chapman, diretor do WWF para o Grande Mekong.
O macaco “Elvis” (Rhinopithecus strikeri), localizado na selva birmanesa, é conhecido pelos habitantes do estado Kachin por seus espirros quando chove, já que não tem nariz e a água entra pelas fossas nasais.
Ainda não foi fotografado, embora sua existência tenha sido documentada amplamente pelos cientistas.
Entre os 28 novos répteis catalogados estão a salamandra psicodélica (Cnemaspis psychedelica), chamada assim por suas cores chamativas, e os lagartos Leiolepis ngovantrii, compostos só por exemplares femininos que se reproduzem por clonagem.
O relatório do WWF também inclui cinco tipos de plantas carnívoras na Tailândia e Camboja capazes de engolir ratos, lagartos e até aves menores.
Chapman lamentou a extinção documentada este ano do rinoceronte de Java no Vietnã como um dos “trágicos” indicadores da degradação da biodiversidade do Mekong devido ao desenvolvimento insustentável e à mudança climática.
Segundo a ONG, cerca de 1.000 novas espécies foram descobertas entre 1997 e 2007 na região.
O Grande Mekong abrange todo o leito do rio que sulca o Sudeste Asiático peninsular e passa por Mianmar, Camboja, China, Laos, Tailândia e Vietnã, onde habitam várias espécies em perigo de extinção.
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Fonte: Estadão