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ALTAS TEMPERATURAS

2024 será o ano mais quente já registrado, diz observatório climático Copernicus

Este também será o primeiro em que o planeta estará mais de 1,5°C acima da média de temperatura do período pré-industrial

7 de novembro de 2024
Folha de S.Paulo
3 min. de leitura
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Nascer do sol em São Paulo, com poluição que deixa o ar carregado. Foto: Danilo Verpa/Folhapress

É “virtualmente certo” que 2024 superará 2023 como o ano mais quente do mundo desde que os registros começaram, disse o observatório Copernicus, da União Europeia, nesta quinta-feira (7).

Os dados foram divulgados antes da cúpula climática COP29, da ONU, que começa na próxima semana no Azerbaijão. Na conferência, os países terão de discutir um grande aumento no financiamento para combater as mudanças climáticas. A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA diminuiu as expectativas para as negociações.

O observatório afirmou que de janeiro a outubro a temperatura média global foi tão alta que 2024 certamente será o ano mais quente da história —a menos que a anomalia de temperatura no restante do ano caia para quase zero.

“A causa fundamental e subjacente do recorde deste ano é a mudança climática“, disse o diretor do Copernicus, Carlo Buontempo. “O clima está aquecendo, de modo geral. Está aquecendo em todos os continentes, em todas as bacias oceânicas. Portanto, estamos destinados a ver esses recordes sendo quebrados.”

Os cientistas disseram que 2024 também será o primeiro ano em que o planeta estará mais de 1,5°C mais quente do que no período pré-industrial (de 1850-1900), quando os humanos começaram a queimar combustíveis fósseis em escala industrial.

As emissões de dióxido de carbono provenientes da queima de carvão, petróleo e gás são a principal causa do aquecimento global.

Sonia Seneviratne, cientista climática da universidade pública de pesquisa ETH Zurich, disse que não ficou surpresa com esse marco e instou os governos na COP29 a concordarem com ações mais fortes para desvincular suas economias dos combustíveis fósseis emissores de CO2.

“Os limites estabelecidos no Acordo de Paris estão começando a ruir, dado o ritmo muito lento das ações climáticas em todo o mundo”, disse Seneviratne.

Os países concordaram no Acordo de Paris de 2015 em tentar evitar que o aquecimento global ultrapasse 1,5°C, para evitar suas piores consequências.

O mundo ainda não ultrapassou essa meta —que se refere a uma temperatura média global de 1,5°C ao longo de décadas—, mas o observatório da União Europeia agora estima que o mundo exceda a meta de Paris por volta de 2030.

“Está basicamente ao virar da esquina agora”, disse Buontempo.

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