O homem que confessou ter adotado dezenas de gatos para matá-los no Rio Grande do Sul usava perfis falsos nas redes sociais para adotar os animais sem levantar suspeitas. Investigações apontam que mais de 30 gatos adotados em diversas cidades gaúchas foram mortos pelo morador do município de Coronel Barros.
O homem agredia e matava os gatos, inclusive através de esganadura, e tinha preferência por filhotes. Um gato com meses de vida foi encontrado ainda vivo, sem sinais de maus-tratos, na casa dele e acabou sendo resgatado.
Ao ser interrogado pela polícia, o homem confessou ter matado dois gatos nas cidades de em Jóia e Ijuí. Ele é apontado por utilizar o nome de um ex-colega de trabalho nos perfis falsos para entrar em contato com ONGs e protetores que realizam a doação de animais resgatados após abandono e maus-tratos.
Os crimes teriam começado a ser praticados em agosto deste ano e foram denunciados em setembro em publicações feitas nas redes sociais por um grupo de ativistas. De acordo com relatos, o homem se apresentava aos protetores de animais de forma amigável e prestativa e dizia ter muito carinho pelos animais. Após efetivar as adoções, porém, ele desaparecia, impedindo que os responsáveis por intermediar a adoção mantivessem contato.
Um dossiê com provas contra o homem será entregue à Justiça e à Polícia Civil para colaborar nas investigações e no posterior julgamento.
De acordo com o delegado Ricardo Miron, da Delegacia Regional de Ijuí, além das mortes de gatos em Jóia e Ijuí, há outras duas ocorrências confirmadas em Santo Ângelo e Santa Maria, além da suspeita de que os crimes tenham sido praticados em outras cidades onde o homem esteve para adotar gatos que desapareceram após a adoção. Dentre elas, as cidades de Catuípe, Cruz Alta, Entre-Ijuís e Santo Augusto, entre outras.
Há municípios, inclusive, em que o homem teria praticado o crime mais de uma vez. Em um dos episódios, ocorrido em Santo Ângelo, ele devolveu aos ativistas um gato adotado, tendo entregue o animal com dentes e pernas quebradas.
“Sobre os casos na região de Ijuí, hoje (segunda-feira) vamos ouvir três testemunhas e temos um total de pouco mais de 15 na semana”, explicou o delegado ao portal GaúchaZH.
Apesar da gravidade do caso, o homem não foi preso porque não houve flagrante, nem foram encontradas provas materiais. Ele foi proibido, porém, de adotar outros animais e informado que será detido caso realize um pedido de adoção. A empresa onde o rapaz trabalhava, em Ijuí, foi informada do caso e o demitiu.
E embora ele não tenha sido visto fazendo novos contatos voltados à adoção de animais, ativistas que elaboraram o dossiê contra o acusado revelam ter sofrido represálias após efetuarem as denúncias.