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EXTINÇÃO

Derretimento de gelo está isolando ursos-polares e levando a reproduções consanguíneas

Estudo norueguês mostra descobertas preocupantes

20 de setembro de 2021
Beatriz Silva | Redação Anda
2 min. de leitura
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O derretimento do gelo marinho está levando os ursos a se isolarem | Foto: Ilustração|Pixabay

Cientistas noruegueses identificaram a perda de 10% na diversidade genética de um grupo de ursos polares no arquipélago de Svalbard entre 1995 e 2016. O fato se deve ao isolamento da espécie, por conta do derretimento do gelo. Segundo os pesquisadores, se o isolamento agravar-se, o resultado será o aumento da consanguinidade, causando um fenômeno chamado de depressão consanguínea reduzindo a sobrevivência à fertilidade por conta do nascimento de ursos frutos de parentesco próximo.

O estudo publicado na revista Proceeds of the Royal Society B é alarmante. Os pesquisadores compartilharam que historicamente há pouca diferenciação genética, mas a mudança climática tem feito pressão sobre eles, mostrando uma taxa de perda genética perigosa. Outra descoberta preocupante mostrou que a costa oeste de Spitsbergen, a maior ilha do arquipélago de Svalbard, sofreu a maior perda de gelo, na região do mar de Barents.

Foram analisadas amostras de DNA de 662 ursos-polares das diferentes regiões geográficas do arquipélago. O maior impacto foi observado nos ursos localizados na parte noroeste, segundo o estudo realizado no Instituto Norueguês de Pesquisa em Bioeconomia, de autoria principal de Simo Maduna e seus colegas. Além da perda foram observadas a existência de subpopulações genéticas, variando de acordo com a região.

Foto: Ilustração|Pixabay

Alguns ursos polares estão buscando outras espécies para se reproduzir, como por exemplo o urso pardo. Segundo a paleontóloga Larisa DeSantis, em entrevista ao DailyMail, isso se deve ao fato dos ursos polares estarem recuando por conta do derretimento do gelo marinho, levando ao acasalamento com ursos pardos no Alaska, e o resultado é uma nova espécie chamada de urso-grolar.

As mudanças climáticas também estão levando os ursos-polares a tornarem-se canibais. De acordo com o pesquisador Ilya Mordvitsev do Instituto Severtsov de Problemas de Ecologia e Evolução de Moscou, os ursos polares tem se alimentado da própria espécie, motivados pelo aumento da temperatura e a atividade humana e industrial, o que os leva a caçarem comida em lugares que não estão acostumados. Alguns ursos conseguem se adaptar às mudanças que estão acontecendo, mas outros não.

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