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ESTILO DE VIDA

A redução do consumismo pode salvar o planeta

6 de setembro de 2021
Bill Kingdom, Sue Dalley, David Hughes e Dave Hunter (The Guardian) | Traduzido por Gustavo Prado
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Em um artigo, no qual criticou a política de incentivo à expansão da indústria petrolífera do presidente Joe Biden, o autor do jornal britânico The Guardian, Adam Tooze, concluiu que atividade econômica e consumo de energia estão intrinsecamente ligados – e por isso existe a necessidade urgente de fazer a transição para fontes de energia renováveis e de baixa emissão de CO2, pois o consumismo mundial não mostra sinais de redução. E isto deve ser parte da estratégia, junto com as soluções técnicas que ainda não estão disponíveis para uso global, como a captura de carbono.

Contudo, a humanidade parece ter medo de abordar diretamente o assunto do controle da atividade econômica para controlar o aquecimento global, mesmo estando claro que quanto menor o consumo, menores serão as emissões do gás carbônico.

Os governos conseguiram exercer uma forte influência sobre as vidas das pessoas durante a pandemia, utilizando os veículos da mídia e a internet, então o que precisamos é um esforço similar, mas voltado para o combate à mudança climática.

Bill Kingdom

Larry Elliott, um jornalista britânico, escreveu que a China é responsável por 28% das emissões mundiais de gases do efeito estufa. Ele contou, também, que fez uma rápida observação dos produtos em sua residência, e o número de rótulos encontrados que apresentavam a frase “Made in China” foi assustador. Desde sua escova de dentes até sua geladeira, e até mesmo o iogurte consumido no café da manhã. Isso sugere que existe sim uma questão de alocar responsabilidades; chegou o momento de revisarmos o vício que nós, do Ocidente, temos de consumir produtos em enorme quantidade considerando somente o preço, e desse modo talvez consigamos auxiliar países como China e Índia a reduzirem suas emissões.

Sue Dalley

A análise de Larry Elliot de como combater o aquecimento global é incrível. Mobilizar as nações como se estivessem indo para a guerra é a maneira certa de abordar o problema. Não somente aumentará exponencialmente a inovação tecnológica, mas também deixará os países preparados para fazerem contribuições urgentes e vitais. Já deveríamos estar preparados, e muito preocupados, por termos que “guerrear” pelo planeta das futuras gerações.

No entanto, tudo o que vemos são políticos incapazes de enfrentar o desafio colocado para eles, do mesmo modo que os governos não entendiam Hitler como uma ameaça antes da Segunda Guerra Mundial. Quanto mais tempo eles se esconderem, pior serão as consequências para todos nós.

Eventualmente, é claro que os governantes serão forçados a confrontar o grave cenário de mudança climática, mas quando chegarmos a este ponto, talvez enfrentaremos uma guerra que não conseguiremos vencer.

David Hughes

Larry Elliott identifica corretamente a necessidade de um tipo diferente de economia, baseada na redistribuição de recursos. Ele também está certo em relação à relutância das pessoas em adotarem restrições aos seus hábitos de consumo, principalmente se forem vistas como injustas, e se forem impopulares, políticos mais conservadores não irão propô-las.

Porém, agora é o momento para os governantes serem honestos com as pessoas e agirem a partir de suas convicções morais e éticas, e não a partir de sua popularidade. Eles devem convencer-nos de que ganharemos bem mais se utilizarmos menos transporte aéreo, ingerirmos menos carne e distribuirmos melhor a renda.

Dave Hunter

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